Uma demanda de setores da sociedade, sobretudo do empresariado brasileiro, era a proibição de cartão de crédito para realizar apostas esportivas. A Confederação Nacional do Comércio dos Bens, Serviços e Turismo (CNC) já havia demandado. A alegação era a de que recursos destinados ao consumo passaram a ser utilizados nas bets.
Quando o governo vai efetivar a proibição de cartão de crédito em apostas esportivas?
O governo federal, por sua vez, disse que a proibição de cartão de crédito em apostas esportivas aconteceria a partir do dia 1° de janeiro de 2025. Porém, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) se antecipou e aprovou a medida em reunião extraordinária que veio a público nesta quarta-feira (2)
“A decisão da Abecs baseia-se na crescente preocupação do setor de cartões em torno da prevenção ao superendividamento da população e do crescimento das apostas online no país, que, entre outras consequências, pode gerar impactos significativos no endividamento e no consumo relacionado ao varejo e ao setor de serviços”, destacou trecho da nota da associação.
Maioria das apostas acontecem via Pix
Setores do comércio comemoram a decisão. Todavia, a Abecs ressalta que os gastos com cartão de crédito possuem valor pequeno comparado ao que se gasta via Pix.
“É importante debater o veto ao uso de outras linhas de financiamento para fins de apostas. Como se sabe, o Pix é hoje o maior responsável pelos lances realizados em jogos online, tendo se mostrado um meio de acesso a linhas de crédito, como o cheque especial, e, por consequência, um importante vetor de endividamento”, explicou a Abecs.
A Abecs estima que menos de 1% das apostas eletrônicas acontecem com cartões. No entanto, o secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Regis Dudena, tem outros números. Em entrevista recente à Agência Brasil, calculou a proporção em 5%. Já no dia 26, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, estimou que os cartões representem entre 10% e 15% das apostas.