O TD Bank anunciou que pagará uma multa de US$ 3 bilhões, após investigações do Departamento de Justiça (DoJ) e da Rede de Combate a Crimes Financeiros (FinCEN) dos Estados Unidos. A penalidade é uma resposta à falha do banco em impedir que cartéis de drogas utilizassem seu sistema para lavar grandes quantias de dinheiro.
As investigações revelaram que, entre 2018 e 2024, o banco não monitorou corretamente mais de 90% das transações suspeitas. Como resultado, três redes de lavagem de dinheiro movimentaram mais de US$ 670 milhões sem serem detectadas. Esta falha crítica levou as autoridades a imporem uma multa de US$ 1,3 bilhão à FinCEN e outros US$ 1,8 bilhão ao DoJ.
O impacto das falhas no sistema
O procurador-geral Merrick Garland destacou que o TD Bank facilitou o acesso de criminosos ao sistema bancário americano, tornando-se cúmplice no processo. O banco, segundo Garland, priorizou o lucro e o crescimento, negligenciando as medidas necessárias para cumprir a Lei de Sigilo Bancário.
Funcionários do TD Bank chegaram a coletar mais de US$ 57 mil em cartões-presente para processar transações ilícitas, no valor de US$ 470 milhões. Além disso, o banco não declarou essas transações nos relatórios obrigatórios de atividades suspeitas, expondo a fragilidade em seu sistema de controle.
Medidas tomadas pelo TD Bank
Bharat Masrani, CEO do TD Bank, assumiu total responsabilidade pelos erros e emitiu um pedido público de desculpas. Em resposta, o banco está contratando mais de 700 especialistas em crimes financeiros e implementando novos sistemas de prevenção para melhorar a detecção de atividades suspeitas.
A instituição também ficará sob monitoramento pelas autoridades americanas pelos próximos quatro anos, sendo obrigada a transferir seu escritório de conformidade antilavagem de dinheiro para os Estados Unidos.
Cartéis de drogas e o sistema financeiro dos EUA
As autoridades americanas têm se mostrado cada vez mais preocupadas com o uso do sistema financeiro dos EUA por cartéis de drogas mexicanos. Além de se infiltrarem em grandes e pequenos bancos, os cartéis de drogas também utilizam redes sociais e outros meios digitais para movimentar suas operações.
Críticos do governo, como a senadora Elizabeth Warren, afirmam que as multas aplicadas não são suficientes para impedir que grandes bancos continuem facilitando essas operações ilícitas. Warren argumenta que os bancos enxergam as multas como um custo operacional, sem mudanças na forma como conduzem suas atividades.