Mudanças climáticas têm causado prejuízos em várias regiões do Brasil. Enquanto as secas prolongadas prejudicam o cultivo de diversas culturas, as chuvas intensas e tempestades destroem plantações e afetam a logística de distribuição dos produtos.
Em setembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma alta de 0,44%. Esse aumento foi impulsionado principalmente pelo setor de alimentação e bebidas, cujos preços subiram 0,50% após dois meses de queda. A seca e os incêndios florestais também prejudicaram o setor agrícola, causando perda de colheitas e diminuindo a oferta de produtos no mercado.
Impacto das mudanças climáticas nos preços dos alimentos
O calor intenso, as secas e as tempestades afetam diretamente a produtividade das plantações. No Brasil, a cana-de-açúcar foi uma das culturas mais afetadas pelos incêndios, resultando em prejuízos financeiros e na redução da oferta desse produto. Além disso, a baixa umidade do ar e os ventos intensos agravaram a situação em diversas regiões do país, dificultando o trabalho no campo e aumentando os custos de produção.
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Com uma oferta reduzida de alimentos e a necessidade de renovar as plantações, os produtores acabam repassando esses custos ao consumidor final, o que contribui para o aumento da inflação. Produtos como carne bovina, frutas e legumes já registram altas expressivas de preço devido às condições climáticas adversas.
Aumento das tarifas de energia elétrica
Além dos alimentos, as mudanças climáticas também estão impactando o setor energético. Com a escassez de chuvas nas regiões onde estão localizadas as principais hidrelétricas do país, a geração de energia tem sido comprometida. Esse cenário levou ao acionamento da bandeira tarifária vermelha, que aumenta o custo da energia elétrica para os consumidores.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já alertou sobre a possibilidade de que a bandeira vermelha permaneça até o final do ano, caso as condições climáticas não melhorem. A falta de chuvas pode exigir que o país busque alternativas energéticas mais caras, como o uso de termelétricas, o que eleva ainda mais os custos para os consumidores.
O futuro dos preços no Brasil
As mudanças climáticas tendem a intensificar a variação de preços no Brasil, especialmente nos setores de alimentação e energia. O economista Alexandre Maluf alerta que, no longo prazo, os brasileiros precisarão se adaptar a essa nova realidade, com a necessidade de substituir produtos fora de safra por opções mais baratas e de enfrentar tarifas de energia cada vez mais altas.