O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reforçou que não irá ceder territórios à Rússia para encerrar a guerra. Em sua fala, ele apresentou o “Plano para a Vitória”, destacando a necessidade de uma estratégia para proteger a soberania e a integridade do país. Zelensky voltou a pedir ajuda das potências ocidentais, especialmente no que se refere ao fornecimento de armas e apoio militar.
Zelensky e o “Plano para a Vitória”
No discurso aos deputados ucranianos, Zelensky afirmou que a Rússia não pode vencer a guerra e que qualquer “congelamento” da linha de frente seria inaceitável. “A Rússia deve perder a guerra contra a Ucrânia. Não pode haver um ‘congelamento’ (da linha de frente). Não pode haver troca que envolva o território da Ucrânia ou sua soberania”, destacou o presidente.
O “Plano para a Vitória” será apresentado formalmente aos líderes dos 27 países da União Europeia durante uma reunião de cúpula nesta quinta-feira. A proposta inclui um conjunto de medidas de dissuasão não nucleares que, segundo Zelensky, seriam suficientes para proteger a Ucrânia de futuras ameaças. Embora muitos detalhes não tenham sido revelados, Zelensky mencionou que algumas partes do plano estão em um “anexo secreto” que foi transmitido aos Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália e Alemanha.
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Resistência russa e expansão da OTAN
A resposta de Moscou ao plano de Kiev foi rápida e negativa. A Rússia rejeitou o projeto de Zelensky, insistindo que a Ucrânia precisa aceitar a perda de território controlado pelos russos no leste e no sul do país. Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, afirmou que “o único plano de paz possível é que o regime de Kiev compreenda que sua política carece de perspectiva e é necessário que acorde”. A Rússia continua a avançar militarmente, com o Ministério da Defesa anunciando nesta quarta-feira a conquista de novas localidades no leste da Ucrânia.
Apoio Ocidental ao presidente da Ucrânia e desafios futuros
Outro pedido do presidente da Ucrânia foi a liberação do uso de armas de longo alcance para atacar alvos russos, incluindo infraestrutura militar. Zelensky tem pressionado os aliados para que retirem as restrições ao uso dessas armas, argumentando que elas são essenciais para neutralizar as forças russas.
Apesar das conquistas militares da Rússia em algumas frentes, a Ucrânia tem buscado recuperar espaço, especialmente no leste do país, através de ações como a ofensiva na região de Kursk, na fronteira com a Rússia, iniciada em agosto. Embora a operação tenha humilhado as forças russas, ela ainda não enfraqueceu as tropas mobilizadas na região do Donbass.
O conflito continua com o “Plano para a Vitória” de Zelensky em pauta, e as próximas semanas serão decisivas para determinar o rumo que a guerra tomará, à medida que a Ucrânia tenta fortalecer suas alianças e resistir à pressão russa.