O Grupo dos 20 (G20) evitou condenar a Rússia pela guerra na Ucrânia em uma declaração consensual na cúpula realizada neste sábado(09), mas pediu a todos os Estados que não usem a força para tomar territórios.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, anunciou que a Declaração dos Líderes havia sido adotada no primeiro dia da cúpula do G20 no fim de semana em Nova Délhi.
“Com base no trabalho árduo de todas as equipes, chegamos a um consenso sobre a Declaração da Cúpula dos Líderes do G20. Anuncio a adoção dessa declaração”, disse Modi aos líderes, incluindo o presidente dos EUA, Joe Biden, e chefes de governo e de Estado de todo o mundo. O consenso foi uma surpresa, já que o G20 está profundamente dividido em relação à guerra na Ucrânia, com os países ocidentais anteriormente pressionando por uma forte condenação da Rússia na Declaração dos Líderes, enquanto outros exigiram um foco em questões econômicas mais amplas.
“Apelamos a todos os Estados para que defendam os princípios do direito internacional, incluindo a integridade territorial e a soberania, o direito humanitário internacional e o sistema multilateral que salvaguarda a paz e a estabilidade”, diz a declaração.
“O uso ou a ameaça de uso de armas nucleares é inadmissível”, acrescentou a declaração.
O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia disse que a declaração não era “motivo de orgulho”, acrescentando que a presença ucraniana teria proporcionado aos participantes uma melhor compreensão da situação. No entanto, o chanceler alemão Olaf Scholz disse que a declaração demonstrou uma posição clara sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia, dizendo que a integridade territorial dos países não pode ser questionada com violência.
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, disse que a declaração tinha “uma linguagem muito forte sobre a guerra ilegal da Rússia na Ucrânia”.
Não houve reação imediata da Rússia, que está sendo representada pelo Ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov. Ele havia dito que bloquearia a declaração final, a menos que ela refletisse a posição de Moscou sobre a Ucrânia e outras crises.