A economia chinesa enfrenta um cenário desafiador em 2024, com a meta de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) estabelecida em 5%. Para alcançar esse objetivo, o governo chinês lançou um megapacote de estímulos econômicos que visa impulsionar o consumo e sustentar o mercado imobiliário.
O avanço da economia chinesa
No terceiro trimestre deste ano, a economia chinesa apresentou um crescimento de 4,6% em comparação com o mesmo período do ano passado. Embora ligeiramente acima das expectativas dos economistas, que previam um crescimento de 4,5%, o ritmo foi inferior ao registrado no segundo trimestre, quando o PIB cresceu 4,6%. Para atingir a meta de 5%, a China aposta em seu novo pacote de estímulos, mas com desafios.
Os principais pontos do megapacote
O governo chinês baseou o pacote de estímulos em medidas monetárias e creditícias.. Entre as principais ações estão a redução das taxas de juros em 0,5 ponto percentual, a concessão de crédito para empresas e a diminuição dos compulsórios bancários, liberando mais de US$ 140 bilhões para o mercado. Além disso, o governo está discutindo medidas de apoio às famílias em situação de pobreza e a emissão de títulos soberanos para captar recursos adicionais.
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No entanto, a economia chinesa ainda enfrenta obstáculos, como o baixo consumo das famílias e uma crise no setor imobiliário. Esses fatores limitam o impacto positivo das medidas adotadas. O consumo das famílias chinesas, por exemplo, representa menos de 40% do PIB, o que está bem abaixo da média global de 60%.
Reflexos da economia chinesa no Brasil
O megapacote chinês terá um impacto mais moderado no Brasil do que nos anos 2000, quando a economia do país asiático crescia em ritmo acelerado e impulsionava as exportações brasileiras. Hoje, o cenário é diferente, com o Brasil se beneficiando de maneira pontual, principalmente em setores exportadores de commodities, como o minério de ferro.
Com o mercado imobiliário da China em crise, a demanda por matérias-primas como o minério pode crescer, elevando os preços e favorecendo exportadoras brasileiras, como a Vale. Contudo, outras commodities importantes para o Brasil, como soja e proteína animal, não devem sentir grandes impactos positivos, pois dependem diretamente do consumo interno da China, que ainda está retraído.
Desafios futuros
Embora o megapacote chinês tenha potencial para impulsionar o crescimento econômico, especialistas alertam que a economia sentirá os resultados a médio e longo prazo. As medidas adotadas podem gerar algum alívio no curto prazo, mas não resolvem problemas mais profundos, como o desemprego entre jovens e a falta de confiança das famílias em gastar seus recursos.
No contexto brasileiro, a relação comercial com a China continuará relevante, mas o impacto das medidas adotadas pelo governo chinês será muito menor do que o visto em décadas anteriores.