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Controle cambial na Argentina: entenda os motivos da mudança

O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou a intenção de eliminar o controle cambial em 2026, uma medida que visa transformar a economia do país. Com alta inflação e desvalorização da moeda, essa decisão busca reverter os efeitos do "cepo cambiario" e atrair investimentos estrangeiros. Quais são os motivos dessa mudança e como isso afetará a relação da Argentina com o FMI e o comércio exterior?
Presidente da Argentina, Javier Milei, em reunião oficial discutindo o controle cambial na Argentina e suas mudanças econômicas futuras.

O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou que pretende eliminar o controle cambial na Argentina a partir de 2026. A decisão sobre o fim do controle cambial no país, que pode ser antecipada caso um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) seja firmado, levanta questionamentos sobre os motivos que levaram o governo a essa medida

“Mesmo sem a ajuda do Fundo, retiramos o controle cambial na Argentina em 2026 – já em 1º de janeiro, o controle não existirá”, afirmou Milei em entrevista ao canal argentino La Nación +.

Crise econômica e impacto do controle cambial na Argentina

Um dos principais fatores que levaram Milei a essa decisão é a crise econômica que assola a Argentina há anos. Com uma das inflações mais altas do mundo, a moeda local perdeu grande parte de seu poder de compra. O controle cambial na Argentina vigente, conhecido como “cepo cambiario”, foi implementado em 2019 para conter a desvalorização do peso, mas acabou gerando efeitos colaterais, como o fortalecimento do mercado paralelo e o dólar blue. Essa liberalização do câmbio na Argentina busca reverter os impactos negativos do sistema atual e preparar o país para uma economia mais aberta e competitiva.

Acordo com o FMI e os desafios da abertura cambial na Argentina

Outro fator determinante é a relação da Argentina com o FMI. O governo busca um novo acordo relacionado a um empréstimo de US$ 44 bilhões tomado em 2018. Milei afirmou que a retirada do controle cambial na Argentina depende do avanço das negociações e da estruturação do programa de alocação dos valores.

“Estamos trabalhando para avançar com um acordo. É preciso ver como o programa será estruturado, como o valor será alocado, isso vai determinar a saída do cepo”, declarou o presidente.

A abertura cambial na Argentina pode facilitar investimentos estrangeiros na Argentina após o fim do controle cambial, além de influenciar a taxa de câmbio peso argentino.

Desregulamentação cambial e os efeitos no mercado de câmbio

Além das negociações com o FMI, o governo tem adotado medidas para preparar a economia para a desregulação cambial. No dia 3 de fevereiro, reduziu o crawling peg, mecanismo de desvalorização controlada da moeda, de 2% para 1%. Esse ajuste, segundo Milei, seria um passo inicial para a eliminação do controle cambial na Argentina, estimulando o investimento estrangeiro e a competitividade da economia. Especialistas apontam que a política cambial na Argentina deve afetar diretamente o comércio exterior da Argentina e o mercado de câmbio argentino.

Pedro Brandão, especialista em finanças e CEO da CredÁGIL, destacou que essas ações podem fortalecer a confiança no mercado.

“A medida pode apoiar a desaceleração da inflação, acelerar a atividade econômica e facilitar as negociações com o FMI”, avaliou o Brandão.

O impacto com essa medida no comércio Brasil-Argentina também é um ponto de atenção para empresários e investidores.

Com essa decisão, Milei aposta no fim do controle cambial na Argentina como um meio de restabelecer a credibilidade do país no cenário internacional e atrair investimentos estrangeiros. O governo argentino também tem prometido zerar o déficit fiscal ainda neste ano de 2025.

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