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Vasco da Gama pede recuperação judicial: o que isso muda para o clube?

Com um passivo de R$ 696 milhões, a recuperação judicial do Vasco envolve clube e SAF, buscando soluções para evitar um colapso financeiro.
Vasco recebe autorização judicial para recuperação financeira. Processo envolve tanto o clube quanto a SAF, criando um impasse jurídico inédito.
(Imagem: Matheus Lima/Vasco da Gama)

O Vasco da Gama solicitou à Justiça a recuperação judicial conjunta do clube e da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), em um pedido protocolado na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. O motivo: um endividamento que atingiu R$ 696 milhões em 2023, enquanto a receita foi de R$ 318 milhões.

No futebol brasileiro, outros 14 clubes já utilizaram esse mecanismo para reorganizar suas finanças, mas o caso do Vasco é o primeiro a envolver uma SAF. Criada para modernizar a gestão e atrair investimentos, a estrutura das SAFs permitiria que os clubes deixassem as dívidas no modelo associativo e recomeçassem financeiramente. No entanto, no Vasco, a SAF herdou grande parte dos passivos, o que tornou sua recuperação judicial ainda mais complexa.

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O impacto da parceria com a 777 Partners

A decisão de recorrer à Justiça tem relação direta com o contrato firmado entre o Vasco e o grupo americano 777 Partners, que adquiriu 70% da SAF em 2022. O objetivo inicial era sanar as dívidas e fortalecer o futebol do clube, mas os números seguiram negativos, gerando atritos entre as partes.

Em maio de 2024, o Vasco conseguiu na Justiça a suspensão dos direitos societários da 777 Carioca, filial brasileira do grupo. A empresa contesta essa decisão, alegando que o clube usou uma possível inadimplência como justificativa antes do prazo de vencimento de parcelas acordadas.

Para Felipe Carregal Sztajnbok, vice-presidente jurídico do Vasco, a estrutura do contrato fez com que a SAF nascesse já endividada. “Diferente de Cruzeiro e Botafogo, a SAF do Vasco assumiu um passivo de R$ 700 milhões desde sua criação”, explica. Esse fator levou o clube a pedir a unificação da recuperação judicial entre Vasco e SAF.

Os próximos passos da recuperação judicial do Vasco

Com a recuperação judicial, o Vasco busca suspender execuções e penhoras enquanto negocia com credores. Um ponto favorável é que o plano já conta com apoio da maioria dos credores trabalhistas, o que pode acelerar a tramitação.

Internamente, o clube tem adotado medidas para reduzir despesas e buscar novas receitas. A chegada de Philippe Coutinho, por exemplo, impulsionou a adesão de sócios-torcedores, elevando o número de associados de 32 mil para 70 mil.

Entre os pedidos na Justiça, o Vasco requer a manutenção de serviços essenciais, como energia e internet, além da autorização para pagar premiações aos jogadores fora das regras da recuperação judicial, garantindo que o elenco continue recebendo os valores acordados.

O desfecho do caso ainda depende da aprovação do plano pela Justiça. Se aceito, o pedido de recuperação judicial do Vasco pode abrir um precedente para outros clubes SAF que enfrentam dificuldades financeiras semelhantes.

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