A dívida pública federal cresceu 3,30% em fevereiro, atingindo R$ 7,492 trilhões, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional. O aumento foi impulsionado por uma emissão de títulos públicos líquidos no valor de R$ 165,7 bilhões e pela incorporação de juros de R$ 73,7 bilhões sobre o estoque existente.
O maior volume está concentrado na Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi), que somou R$ 7,178 trilhões. Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou em R$ 314 bilhões, com alta de 4,15%, refletindo o aumento dos compromissos em moeda estrangeira com credores internacionais.
Selic elevada pressiona custo e estrutura da dívida pública federal
O custo médio da dívida pública federal em 12 meses subiu de 11,40% para 11,57%. O custo das novas emissões também aumentou, passando de 11,36% para 11,92% ao ano. Essa elevação é resultado direto do atual ciclo de aperto monetário e do impacto da Selic, que está em 14,25% ao ano.
O ambiente macroeconômico, com incertezas fiscais e geopolíticas, afeta a percepção de risco soberano e a demanda no mercado de títulos. O perfil de vencimentos sofreu leve recuo, com o prazo médio passando de 4,11 anos para 4,08 anos. A reserva de liquidez do Tesouro aumentou para R$ 889 bilhões, suficiente para 6,66 meses de vencimentos.
Veja as previsões do mercado sobre o aumento da dívida pública federal:
O cenário também é influenciado por fatores como déficit público, elevado em função das despesas recorrentes. A ausência de superávit primário mantém o desafio da sustentabilidade fiscal, segundo analistas.
O Plano Anual de Financiamento (PAF) orienta a estratégia de captação do Tesouro para 2024, com foco na diversificação e extensão de prazos, equilibrando a presença de investidores institucionais e individuais.
A evolução da política fiscal e o nível da carga tributária seguem como variáveis-chave para o controle da dívida pública federal no médio prazo.