Bandas cambiais na Argentina serão adotadas como parte de uma nova estratégia para reorganizar sua economia. O movimento surge após um acordo com o FMI que prevê a liberação de uma linha de crédito de US$ 20 bilhões e impõe mudanças no regime cambial do país.
Hoje, o país opera sob controle cambial rígido, conhecido como “cepo”. Com a transição para as bandas, o Banco Central da Argentina deverá limitar sua atuação direta no mercado de câmbio argentino, apenas intervindo quando a taxa de câmbio ultrapassar os limites previamente estabelecidos. Isso significa mais liberdade para a moeda oscilar dentro de uma faixa controlada — uma política já usada pelo Brasil entre 1994 e 1999.
Esse novo modelo de flutuação cambial controlada busca recuperar a estabilidade monetária, algo afetado por anos de alta inflação na Argentina. Com isso, o governo pretende atrair investidores e dar previsibilidade ao setor produtivo, ainda que, no curto prazo, o dólar mais caro possa representar um desafio.
Bandas cambiais na Argentina: transição econômica busca atrair investimentos e recuperar credibilidade
Novas bandas cambiais na Argentina e o desmonte gradual do cepo também pode facilitar o giro de dividendos ao exterior e liberar entre US$ 6 bilhões e US$ 10 bilhões em ativos travados. Segundo o governo, essa abertura pode ajudar a reduzir o déficit em conta corrente e reforçar as reservas internacionais da Argentina, que estão em níveis historicamente baixos.
Veja no vídeo abaixo o que são bandas cambiais:
Apesar das dúvidas sobre qual seria o valor justo do câmbio — hoje, existem diversas taxas paralelas no país — o governo deve seguir o modelo de crawling peg até as eleições. Ainda assim, há espaço para intervenção cambial, caso o peso ultrapasse os limites definidos pelas bandas.
A adoção das bandas cambiais na Argentina pode mudar as expectativas do mercado financeiro em relação ao país. Afinal, a confiança na nova política monetária argentina dependerá da execução técnica e da transparência nas decisões.