Conteúdo Patrocinado
Anúncio SST SESI

Queda na entrega de cacau pressiona indústria às vésperas da Páscoa

Setor de cacau enfrenta escassez devido à queda nas entregas, resultando em aumento nas importações e pressão sobre os preços, especialmente durante a alta demanda da Páscoa.
Queda na entrega de cacau impacta a indústria e provoca alta no preço do cacau
A queda na entrega de cacau no Brasil devido a fatores sazonais e aumento das importações afeta diretamente o mercado de cacau e o setor de chocolate. Fonte: Canva.

A indústria brasileira de cacau enfrentou uma queda de 67,4% na entrega de amêndoas no primeiro trimestre de 2025, o que tem gerado desafios significativos para o setor, especialmente às vésperas da Páscoa. De acordo com dados da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), foram recebidas apenas 17.758 toneladas de amêndoas no período, um número bem abaixo das expectativas. O declínio reflete a sazonalidade da colheita e dificuldades em atender à crescente demanda, pressionando diretamente o preço do cacau.

Queda na entrega de cacau: descompasso entre produção e demanda

A moagem de cacau caiu 13% no trimestre em relação ao ano anterior, totalizando 59.942 toneladas, uma redução significativa na produção. Apesar disso, o volume processado ainda foi quase três vezes superior à oferta de cacau interna, evidenciando o descompasso entre a produção de cacau no Brasil e a demanda crescente da indústria de chocolate. A necessidade de complementar a produção com importações se tornou ainda mais evidente neste cenário. A demanda da indústria, especialmente na Páscoa, é sustentada por um aumento de 29,8% nas importações de cacau, somando 19.491 toneladas em relação a 2024.

Impactos da queda na entrega de cacau na indústria de chocolate e mercado de commodities

Embora as importações tenham ajudado a minimizar os impactos da redução na oferta de cacau, o volume combinado de amêndoas nacionais e importadas não foi suficiente para atender à demanda total. Isso resultou em um déficit de 14.886 toneladas no trimestre. No entanto, como explica Anna Paula Losi, presidente-executiva da AIPC, a escassez de cacau não afeta diretamente o consumidor final mesmo com a queda na entrega do cacau. Isso se deve ao fato de que a indústria se prepara antecipadamente, realizando importações no final do ano e início do ano seguinte para garantir a continuidade do abastecimento. A combinação de baixa produção e o aumento nas importações gerou uma crise no setor de cacau, com impactos no mercado internacional de cacau.

Produção de cacau no Brasil: variações e desafios regionais

A produção de cacau no Brasil apresentou variações significativas entre os estados. A Bahia foi o principal fornecedor, com 65% da produção nacional, somando 11.671 toneladas, embora tenha registrado queda de 73% em relação ao trimestre anterior. No Pará, a produção caiu 27,8%, totalizando 4.223 toneladas, enquanto o Espírito Santo teve aumento de 36,9%, alcançando 1.743 toneladas, o maior volume histórico. A exportação de cacau também sofreu impactos com a queda na produção, afetando as transações comerciais do Brasil no cenário global.

Perspectivas e previsão de preço do cacau no mercado internacional

A escassez de cacau está diretamente relacionada ao aumento dos preços e à instabilidade no mercado de commodities, o que traz desafios não só para a produção nacional, mas também para o preço do chocolate, produto derivado do cacau. As flutuações sazonais e a alta demanda de Páscoa pressionam o setor, elevando o preço do cacau e impactando produtores e consumidores. Com as atuais dificuldades, a combinação entre a oferta reduzida e o aumento das importações reflete as complexidades que o setor enfrentará nos próximos meses.

Em suma, a queda na entrega de cacau tem pressionado a indústria de chocolate, especialmente diante da alta demanda sazonal. A escassez de cacau, o aumento das importações e as flutuações no mercado internacional exigem estratégias de adaptação para atender à demanda crescente e desafiadora.

Confira nossos canais
Siga nas Redes Sociais
Notícias Relacionadas