A estimativa do ONS para a carga de energia do Brasil em maio agora prevê queda de 0,3% em relação a 2024.
Segundo boletim publicado na última sexta-feira (10), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) revisou para baixo a previsão anterior, que indicava crescimento de 1,9% no consumo energético do país para o mesmo período. A nova projeção indica que a carga média nacional será de 78.762 megawatts médios (MWm) neste mês.
Queda na carga de energia do Brasil: impacto de temperaturas e atividade econômica
A carga de energia do Brasil, que reflete o consumo em tempo real, está diretamente ligada à atividade econômica e às condições climáticas. A nova estimativa do ONS sugere desaceleração momentânea em ambos os fatores, resultando em retração na demanda energética.
A redução de 0,3% na carga esperada pode ser explicada por temperaturas mais amenas em diversas regiões do país e pela menor utilização de equipamentos que consomem grandes volumes de energia, como aparelhos de ar-condicionado.
Além disso, a desaceleração de setores industriais em algumas regiões também pressiona a estimativa de carga para baixo, embora os dados sigam sujeitos a ajustes ao longo do mês.
Entenda no vídeo abaixo um novo modelo de energia que vem se popularizando nos últimos anos, a energia renovável por assinatura:
ONS projeta níveis menores nos reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste
O ONS também revisou para baixo o nível esperado de armazenamento de energia nos principais reservatórios do país. A expectativa é de que o Sudeste/Centro-Oeste — responsável por cerca de 70% da capacidade de armazenamento do Brasil — encerre maio com 70,1% da capacidade total. Na semana passada, a previsão era de 71,4%.
A energia natural afluente (ENA), que mede o volume de água que chega às hidrelétricas, permanece abaixo da média histórica. No Sudeste e Centro-Oeste, a previsão segue em 86% da média de longo prazo. No Sul, houve uma queda mais acentuada: de 49% para 34%.
Regiões Norte e Nordeste têm leve recuperação nas projeções
Enquanto o Sul apresenta piora nos níveis de afluência, o Nordeste e o Norte mostram uma leve recuperação. A ENA no Nordeste foi revisada para cima, passando de 39% para 43%. Já no Norte, a projeção recuou de 70% para 64%.
A queda na carga de energia do Brasil e essas outras variações reforçam o caráter desigual da distribuição de chuvas pelo país em 2025. Ainda assim, o sistema elétrico opera com relativa segurança, apoiado por estratégias de planejamento e pela diversificação da matriz energética nacional.
Queda na carga de energia do Brasil: perspectivas para os próximos meses
Com a redução na estimativa da carga de energia do Brasil em maio, o ONS deve acompanhar de perto o comportamento do consumo nas próximas semanas. Os dados de temperatura e os indicadores econômicos serão fundamentais para avaliar se essa tendência de desaceleração será mantida ou revertida no segundo semestre.