O crescimento econômico mundial em 2025 caminha para registrar sua menor média desde os anos 1960, segundo relatório divulgado na última terça-feira (10) pelo Banco Mundial. A instituição reduziu a estimativa de alta do PIB global para 2,3%, abaixo dos 2,7% previstos no início do ano. Embora o cenário ainda exclua uma recessão técnica, o ritmo atual indica uma estagnação prolongada da economia global.
Entre os fatores apontados, ganha destaque a nova escalada na guerra comercial entre os Estados Unidos e seus parceiros, liderada pelo presidente Donald Trump, desde seu retorno ao poder em janeiro de 2025. O relatório destaca que tarifas sobre aço, alumínio e veículos estão impactando diretamente setores estratégicos, desmotivando investimentos e enfraquecendo o comércio internacional.
Tarifas dos EUA reduzem fomento do comércio internacional
O impacto direto das tarifas impostas pelos EUA foi analisado em profundidade pelo Banco Mundial, que afirma que 70% das economias tiveram suas previsões de crescimento revisadas para baixo. O crescimento econômico mundial, nesse contexto, se mantém vulnerável, com previsões cada vez mais ajustadas à baixa.
Países em desenvolvimento são os mais afetados, pressionados também por dívidas públicas crescentes e menor capacidade de resposta fiscal. Para além da retração dos investimentos, os efeitos chegam aos consumidores finais, que enfrentam aumento de preços, escassez de insumos e atrasos nas cadeias produtivas — todos sintomas do desaquecimento da economia global.

OCDE também prevê freio no crescimento econômico mundial
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reforçou o alerta sobre o crescimento econômico mundial. Segundo o relatório de junho, o PIB global deve avançar 2,9% em 2025, abaixo dos 3,1% projetados em março. Para os Estados Unidos, a previsão caiu de 2,2% para 1,6%. A Zona do Euro segue com expansão de 1%, enquanto a China deve crescer 4,7%, levemente abaixo da projeção anterior.
No caso do Brasil, a expectativa da OCDE é de crescimento de 2,1%, indicando uma estabilidade moderada mesmo diante da desaceleração da economia global. A análise conjunta dos dois organismos destaca uma nova fase do crescimento econômico mundial estruturalmente mais lento, com perspectivas limitadas para retomada acelerada nos próximos anos.