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Projeto de Donald Trump favorece elite e corta programas sociais

O projeto de Donald Trump, "One Big Beautiful Bill", propõe cortes em programas sociais que afetam milhões de americanos e uma redução de impostos para os ricos. O plano pode aumentar o déficit em até US$ 3,5 trilhões, gerando preocupações sobre desigualdades sociais. Descubra o impacto dessa reforma tributária nas comunidades e no futuro fiscal dos EUA.

O projeto de Donald Trump, batizado de “One Big Beautiful Bill” (“Um grande e belo projeto”, em tradução livre), foi aprovado pelo Senado dos Estados Unidos nesta terça-feira (01/07). A proposta combina reforma tributária nos EUA, com cortes de impostos para empresas e famílias de alta renda, e medidas de austeridade com redução de programas sociais.

Ao todo, o plano prevê redução de cerca de US$ 2 trilhões em 10 anos nos gastos com saúde, habitação e assistência alimentar, segundo análise do Center on Budget and Policy Priorities (CBPP) publicada em 28 de junho de 2025. Em paralelo, haverá aumento de US$ 19 bilhões para ações contra imigrantes, reforçando agências como ICE e CBP.

Corte de impostos e impacto na base da população americana

Entre os principais cortes está o Medicaid, um dos maiores programas públicos dos Estados Unidos. O plano prevê perdas superiores a US$ 1,1 trilhão até 2035, afetando milhões de americanos de baixa renda. Também serão afetados os programas de habitação social e o SNAP, principal política de segurança alimentar do país.

Por outro lado, 62% dos cortes de impostos beneficiarão os 20% mais ricos da população, sendo que quase metade ficará concentrada no topo dos 10%, segundo o relatório do CBPP. Os 60% mais pobres da sociedade receberão menos de 10% dos benefícios. Isso reforça o caráter econômico regressivo do projeto de Donald Trump, que transfere recursos do gasto público para incentivos tributários seletivos.

Comparações com medidas fiscais anteriores de Trump

O modelo é semelhante ao adotado na Tax Cuts and Jobs Act, sancionada por Trump em 2017. Na época, os cortes de impostos para ricos e grandes empresas foram apresentados como motor do crescimento. No entanto, estudo do Congressional Research Service mostrou que o impacto sobre a renda da classe média foi modesto, enquanto a recompra de ações por grandes corporações cresceu substancialmente.

Agora, o projeto de Donald Trump repete a estratégia. A isenção fiscal nos EUA, especialmente sobre heranças, dividendos e ganhos de capital, beneficia conglomerados como Apple, ExxonMobil e JPMorgan, que devem ampliar distribuição de lucros a acionistas.

Déficit e dívida pública dos EUA em alerta

Segundo relatório da Congressional Budget Office (CBO), divulgado em 30/06/2025, a proposta pode aumentar o déficit fiscal americano em até US$ 3,5 trilhões na próxima década. Além disso, a dívida pública dos EUA pode ultrapassar 120% do PIB até 2030, caso não haja compensações orçamentárias.

A CBO alerta que esse cenário compromete a sustentabilidade fiscal, dificultando futuras respostas do governo a crises econômicas ou emergenciais. Nesse sentido, a reforma tributária nos EUA proposta por Trump agrava o desequilíbrio fiscal ao cortar arrecadação sem reduzir de forma proporcional o gasto obrigatório.

Quem será mais afetado pelo projeto de Donald Trump

De acordo com levantamento da Kaiser Family Foundation, até 15 milhões de pessoas podem perder acesso ao Medicaid. Entre os mais impactados estão:

  • Mulheres chefes de família com filhos pequenos;
  • Trabalhadores autônomos com renda informal;
  • Comunidades negras e hispânicas em centros urbanos;
  • Idosos com alta dependência de medicamentos e cuidados hospitalares.

A diminuição do gasto público nos EUA também atinge programas de nutrição e moradia acessível, gerando riscos à saúde coletiva e à estabilidade social, segundo o Urban Institute, que critica duramente o projeto.

Análises divergentes sobre os efeitos do projeto de Donald Trump

A Brookings Institution avalia que o projeto de Donald Trump promove uma reconfiguração estrutural do Estado, com foco em segurança interna e redução do papel redistributivo do governo federal. Já a Heritage Foundation, alinhada a políticas conservadoras, considera o pacote um “avanço necessário para restaurar a liberdade econômica”.

Enquanto isso, o Urban Institute classifica o plano como “tecnicamente viável, porém moralmente insustentável”, devido à retirada de proteção para milhões de cidadãos. Para o instituto, o impacto do plano de Trump deve ampliar desigualdades e reduzir oportunidades de mobilidade social.

Caminho político e disputa na Câmara dos representantes

“É um passo essencial para devolver o dinheiro ao povo que produz”, afirmou o senador Lindsey Graham (R-SC). Em contrapartida, a senadora Elizabeth Warren (D-MA) afirmou que o pacote representa “uma violência fiscal contra os pobres”. A expectativa é de forte polarização na Câmara dos Representantes, onde os democratas devem tentar alterar os trechos mais severos.

Especialistas apontam que a tramitação do projeto de Donald Trump no Senado em 2025 já sinaliza sua utilização como estratégia de campanha para as eleições de 2026, mobilizando a base conservadora e o setor empresarial.

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