A imposição de tarifas de 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros provocou apreensão entre investidores, especialmente em relação às tarifas dos EUA na WEG. Mas a estrutura do plano global da companhia pode mudar essa narrativa. Segundo analistas do BTG Pactual e Bradesco BBI, o impacto pode ser bem menor do que se teme.
O BTG Pactual destaca que cerca de 20% a 25% das vendas da Weg têm os EUA como destino. No entanto, apenas 30% desses produtos são enviados diretamente do Brasil — o restante já é produzido em solo americano ou no México, país protegido pelo acordo USMCA. Com isso, mesmo com tarifas altas, a empresa pode contornar a taxação sem grandes traumas operacionais.
As tarifas dos EUA na WEG, segundo o banco, podem acelerar decisões da companhia, como expandir a produção local e fortalecer parcerias. A aquisição da americana Regal deve contribuir para elevar o conteúdo fabricado dentro do bloco norte-americano, diluindo riscos e mantendo margens.
Já o Bradesco BBI projeta que apenas 9% da receita total da WEG esteja efetivamente exposta às tarifas, por serem exportações diretas do Brasil. Os analistas reforçam que a diversificação geográfica da companhia é uma proteção natural e eficaz. “O efeito tende a ser localizado e controlável”, resume a análise.
Apesar do cenário adverso, os resultados seguem sólidos. A WEG registrou lucro líquido de R$ 1,546 bilhão no 1º trimestre de 2025 — alta de 16,4% sobre 2024.
No radar dos investidores, as tarifas dos EUA na WEG devem continuar gerando atenção. Ainda assim, o contexto aponta para um impacto bem administrado por uma empresa com presença global.
Ações da WEG em queda
Na tarde desta quinta-feira, às 16h06, as ações da WEG registravam queda de 0,47%, negociadas a R$ 39,91. Nos últimos seis meses, acumularam desvalorização de 25,10%.
