A operação da Polícia Federal contra Bolsonaro elevou o grau de incerteza no ambiente político nesta sexta (18/07), em meio a impasses comerciais com os Estados Unidos e a permanência de ruídos institucionais. A PF cumpriu mandados judiciais que impõem uso de tornozeleira eletrônica ao ex-presidente, restrição ao uso de redes sociais e proibição de contato com embaixadores. As medidas foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Operação da Polícia Federal contra Bolsonaro gera atenção moderada nos mercados
O mercado financeiro respondeu com movimentos pontuais: às 12h33, o dólar comercial registrava alta de 0,16%, cotado a R$ 5,5558. Já o Ibovespa recuava 0,88%, aos 135.375 pontos, mesmo com a alta das commodities.
O cenário reflete mais uma postura de acompanhamento do que uma reação abrupta. A carta do presidente Donald Trump, divulgada na véspera (17/07), em defesa de Bolsonaro e com críticas à Justiça brasileira, adiciona uma camada de tensão ao quadro diplomático, especialmente após o anúncio da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
Ainda não houve resposta oficial dos EUA à carta enviada pelo Brasil sobre o tarifaço, o que mantém o clima de indefinição no comércio bilateral.
Analistas veem a operação com sobriedade
Para o especialista em finanças Pedro Brandão, CEO da CredÁgil, o impacto no mercado é limitado. “Esse fato de Jair Bolsonaro já não é novidade. O julgamento já está em fase final. Bolsonaro já está inelegível há bastante tempo, então não mexe no tabuleiro que poderia influenciar o mercado por mudança de rumo”, afirma.
A operação da Polícia Federal contra Bolsonaro reforça a necessidade de monitorar os desdobramentos institucionais entre os Estados Unidos e o Brasil. Pois, em um cenário já pressionado por fatores externos, qualquer agravamento pode impactar variáveis-chave da economia.