O crédito cresce com Selic alta: é o que aponta recentes dados do Banco Central do Brasil, que registrou avanço interanual de 11,5% em abril de 2025, segundo o Relatório de Política Monetária (RPM). Em julho, o saldo total de crédito chegou a R$ 6,716 trilhões, alta de 10,7% em 12 meses. Mesmo com juros elevados, a oferta de financiamento manteve expansão nominal no sistema financeiro nacional.
A expansão do crédito foi sustentada por linhas direcionadas e operações com garantia. Já o crédito livre para pessoas físicas teve ritmo mais moderado. O Banco Central também destacou aceleração no crédito para pessoas jurídicas, puxada por programas de garantia pública e maior procura por capital de giro.
Estrutura do crédito e Selic alta
Nas estatísticas monetárias, a inadimplência do crédito livre chegou a 4,9% em julho, o maior patamar desde 2022. O resultado reflete o encarecimento das dívidas e a pressão dos juros altos. Apesar disso, a taxa média do consignado privado recuou para 3,75% ao mês em maio.
Enquanto isso, o crédito direcionado — especialmente o imobiliário e o rural — manteve o saldo total estável. Essas modalidades representam mais da metade do crédito concedido, o que reduz a sensibilidade imediata à Selic.
Crédito cresce com Selic alta em 2025
O Banco Central revisou para cima sua projeção de crescimento nominal do crédito com Selic alta em 2025, de 7,9% para 8,5%, conforme o relatório de junho. Já o saldo ampliado de crédito ao setor não financeiro atingiu R$ 19,7 trilhões em agosto, mantendo a expansão observada desde o fim de 2024.
Já a Federação Brasileira de Bancos (Frebraban), na pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas, estima inadimplência média de 4,7% neste ano, nível próximo ao atual, sinalizando risco controlado mesmo em ambiente de juros altos.
Fôlego do crédito brasileiro com juros altos
Os dados mostram que o crédito cresce com Selic alta graças a linhas direcionadas, garantias públicas e programas corporativos.
O Fundo Monetário Internacional (FMI), em seu Relatório Anual 2025, destaca que economias emergentes com regulação sólida e crédito garantido, tal como o Brasil, preservam estabilidade mesmo com política monetária restritiva. A tendência é de moderação gradual, mas o saldo total continua em expansão, consolidando o crédito como vetor de sustentação da economia doméstica.