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Novo Relatório Focus indica inflação menor e estabilidade da Selic

O Relatório Focus divulgado pelo Banco Central apontou inflação de 4,72% e Selic estável em 15%. O boletim mostrou leve melhora nas projeções do mercado e alta em preços administrados, com alerta para déficit maior nas contas externas.
“Sede do Banco Central do Brasil em Brasília, referência para o Relatório Focus desta semana”
Relatório Focus veio com projeções de inflação em 4,72% e Selic estável em 15%.(Imagem: Leonardo Sá/Agência Senado | Flickr)

O novo Relatório Focus, publicado pelo Banco Central do Brasil (BCB) nesta segunda-feira (13/10), mostra que as projeções do mercado financeiro seguem em compasso de estabilidade. A expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 4,80% para 4,72%, enquanto a Taxa Selic continua projetada em 15% ao ano. O Produto Interno Bruto (PIB) foi mantido em 2,16%, e o câmbio em R$ 5,45.

A leitura semanal reforça um cenário de desinflação gradual. No entanto, os preços administrados — como energia e combustíveis — subiram de 4,81% para 4,96%, o que pode limitar a queda da inflação total. Analistas da XP Investimentos e do BTG Pactual avaliam que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter o tom cauteloso, sustentando os juros altos enquanto a inflação segue acima da meta.

O que é o Relatório Focus e por que ele importa

O Relatório Focus é uma pesquisa semanal do Banco Central com mais de uma centena de instituições financeiras. Ele reúne as projeções do mercado para os principais indicadores econômicos, como inflação, PIB, câmbio e Selic. Um novo Relatório Focus é publicado todas as segundas-feiras, por volta das 8h25, e serve como termômetro das expectativas que orientam a política monetária.

Assim como em todas as suas edições, o novo Relatório Focus não expressa a opinião do Banco Central, mas reflete o consenso médio do mercado sobre o rumo da economia. Quando o relatório focus mostra inflação em queda e juros estáveis, como nesta semana, os agentes financeiros interpretam que o Copom tende a manter a estratégia atual por mais tempo.

Novo relatório focus: projeções e tendências da semana

O novo Relatório Focus trouxe ajustes importantes nas estimativas econômicas, comparado à semana anterior:

Inflação e juros

  • IPCA (inflação oficial): caiu de 4,80% para 4,72% em 2025.
  • IPCA administrados: subiu de 4,81% para 4,96%, pressionado por energia e combustíveis.
  • Taxa Selic (juros básicos): mantida em 15% ao ano.

Atividade e preços gerais

  • Produto Interno Bruto (PIB): estável em 2,16%.
  • Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M): leve recuo de 0,96% para 0,95%.

Câmbio e setor externo

  • Câmbio (R$/US$): mantido em 5,45.
  • Conta corrente: déficit ampliado de US$ 68,16 bilhões para US$ 69 bilhões.
  • Balança comercial: superávit menor, de US$ 64,40 bilhões para US$ 62 bilhões.

Fiscal e dívida

  • Dívida líquida do setor público: estável em 65,76% do PIB.
  • Resultado primário: mantido em -0,50% do PIB.

O novo Relatório Focus indica inflação mais contida, mas também contas externas mais frágeis, o que exige cautela. Para analistas, o recuo do IPCA mostra que o pico inflacionário ficou para trás, mas a Selic deve continuar alta para garantir a convergência da inflação às metas.

Já, segundo o Relatório Focus, outros indicadores permanecem praticamente estáveis:

  • Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M): 0,95%
  • Produto Interno Bruto (PIB): 2,16%
  • Câmbio: R$ 5,45 por dólar

Inflação controlada, mas contas externas preocupam

O novo Relatório Focus confirma uma tendência de inflação ancorada, embora com riscos fiscais e externos. Segundo Modal e Genial Investimentos, o recuo do IPCA reforça o controle de preços, mas a alta nos administrados e a piora no setor externo exigem cautela.

Se os próximos indicadores, especialmente o IPCA-15 e o varejo de agosto, confirmarem estabilidade, o mercado pode revisar para baixo as projeções de inflação.

Apesar do que indica o novo Relatório Focus, mesmo assim, cortes na Selic só devem voltar ao debate em 2026, quando o BC enxergar espaço para estímulo monetário.

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