As estatísticas monetárias e de crédito do Banco Central do Brasil (BCB), divulgadas em nota nesta quarta-feira (29/10), mostraram que o crédito ampliado ao setor não financeiro chegou a R$ 19,8 trilhões em setembro (158,7% do PIB), uma alta de 12,2% em 12 meses. O avanço foi puxado pelo aumento nos empréstimos do Sistema Financeiro Nacional (SFN), que somaram R$ 6,8 trilhões, e pelo maior volume de títulos públicos de dívida.
O crédito às empresas alcançou R$ 6,7 trilhões, crescimento de 8,2% em um ano, enquanto o crédito às famílias chegou a R$ 4,6 trilhões, avanço de 11,2%. A expansão reflete o aumento das operações livres e direcionadas, com destaque para o crédito pessoal não consignado, o financiamento de veículos e o capital de giro empresarial.
Entre outros pontos importantes da nota de estatísticas monetárias e de crédito divulgadas pelo BC, temos:
- A taxa média de juros das novas concessões caiu 0,4 ponto percentual no mês, para 31,3% ao ano.
- O spread bancário recuou ligeiramente, ficando em 20,3 pontos percentuais.
Indicadores do crédito e moeda mostram melhora gradual
As estatísticas monetárias e de crédito indicam melhora na oferta de financiamentos, ainda que os custos permaneçam elevados. O Indicador de Custo do Crédito (ICC) atingiu 23,5% ao ano, mantendo trajetória ascendente em relação a 2024. O Banco Central destacou estabilidade da inadimplência total em 3,9%, embora o índice tenha subido 0,7 ponto percentual em 12 meses.
A base monetária somou R$ 429,7 bilhões, com queda de 2,1% no mês. Além disso, o agregado M4, que reflete a liquidez total da economia, atingiu R$ 14,5 trilhões, avanço de 1,5% no mês e 9,9% em 12 meses. A redução das reservas bancárias e dos resgates de títulos públicos sinalizou uma postura monetária mais contida, mesmo diante da expansão do crédito.
Relatório monetário do BC destaca avanço do PIX
O relatório de estatísticas monetárias e de crédito do Banco Central também apontou novo recorde do PIX, com R$ 1,7 trilhão movimentado em setembro. Trata-se do maior valor desde o início da série em 2020.
Já as transações entre pessoas físicas cresceram 17,9% em valor e 11,6% em volume, enquanto os pagamentos para o comércio subiram 26,5% em valor e 38,2% em número de operações. Números que reforçam a consolidação dos meios de pagamento digitais no país.
Estatísticas monetárias e de crédito revelam tendência de estabilidade
A leitura divulgada das estatísticas monetárias e de crédito sugere um cenário de ajuste gradual, com expansão do crédito acompanhada de leve redução dos juros. O aumento do endividamento das famílias — agora em 48,9% da renda, com comprometimento de 28,5% — reforça a necessidade de cautela no estímulo ao consumo.
Portanto, economistas avaliam que, mantida a atual trajetória monetária, o crédito deve sustentar a atividade econômica sem gerar novos riscos de inadimplência. Assim, consolidando um ambiente financeiro de transição para juros mais baixos.










