O valor de mercado da Nvidia ultrapassou US$ 5 trilhões nesta quarta-feira (29/10), consolidando a fabricante de chips como a empresa mais valiosa do planeta e símbolo do entusiasmo global com a inteligência artificial (IA). A valorização, 12 vezes superior à registrada desde o lançamento do ChatGPT em 2022, transformou a companhia no eixo da nova economia digital. Porém, também despertou alertas sobre um possível superaquecimento tecnológico da IA.
A disparada de 4,6% nas ações ocorreu após o anúncio de US$ 500 bilhões em pedidos de chips de IA e o plano do CEO Jensen Huang de construir sete supercomputadores para o governo dos Estados Unidos. O feito aproximou a Nvidia de metade do índice europeu Stoxx 600 em capitalização e superou o valor total do mercado global de criptomoedas. Analistas, porém, começam a questionar se essa expansão reflete fundamentos ou euforia.
Como a Nvidia atingiu valor de mercado histórico
De acordo com Matt Britzman, analista da Hargreaves Lansdown, “a Nvidia deixou de ser apenas uma fabricante de chips para se tornar criadora de uma indústria inteira”. Ele avalia que o mercado ainda subestima o tamanho da oportunidade gerada pela IA, mas reconhece que o ritmo de valorização é incomum. O contexto reforça o debate sobre se a corrida por capacidade computacional e modelos generativos poderá sustentar preços tão altos no longo prazo.
O avanço do valuation da Nvidia também ampliou a fortuna de Huang, agora avaliada em US$ 179,2 bilhões. Assim, o CEO da companhia se tornou o oitavo homem mais rico do mundo, segundo a Forbes.
Segundo Matthew Tuttle, CEO da Tuttle Capital Management, “a expansão atual da IA depende de poucos gigantes que financiam uns aos outros”. Ele alerta que, se investidores passarem a cobrar resultados em fluxo de caixa em vez de anúncios de capacidade, a engrenagem de valorização poderá enfraquecer. Essa visão reforça a leitura de que o valuation da Nvidia pode estar inflado pela expectativa, mais do que por retorno operacional efetivo.
O risco por trás da euforia com a Nvidia
A Nvidia também se tornou peça central na disputa geopolítica entre Estados Unidos e China. O presidente Donald Trump deve discutir com Xi Jinping a venda do chip Blackwell, alvo de restrições de exportação. Ao mesmo tempo, o avanço da Nvidia, que atingiu diversos marcos históricos em valuation apenas em 2025, inspira rivais como AMD e startups de semicondutores, mas nenhuma se aproxima, por ora, de seu domínio.
A divulgação dos resultados trimestrais da Nvidia, prevista para 19/11, será o primeiro teste de realidade após a marca histórica com o valor de mercado de US$ 5 trilhões. Se os números confirmarem o otimismo, a empresa pode consolidar um novo patamar como a maior de todas as Big Techs. Caso contrário, o mercado pode rever suas apostas na IA, uma vez que a possibilidade de uma bolha financeira ainda é de grande preocupação para especialistas.
