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Hospedagem na COP30 e desafios logísticos ainda preocupam delegações internacionais

A hospedagem na COP30 se tornou o principal desafio logístico da conferência climática em Belém (PA). A Folha de S. Paulo revelou que delegações estrangeiras pediram a transferência parcial do evento por falta de acomodações. O governo criou uma força-tarefa para ampliar a capacidade, com uso de navios-cruzeiro e moradias do Minha Casa, Minha Vida, buscando evitar prejuízos diplomáticos e garantir a participação de 149 países já confirmados.
Hospedagem na COP30 em Belém mostra desafio logístico e limitações da infraestrutura para o evento climático.
Belém, sede da COP30, enfrenta desafios de hospedagem e infraestrutura para receber 50 mil participantes, levando o governo a adotar medidas emergenciais e alternativas de acomodação. (Imagem: Viagens e Caminhos)

A hospedagem na COP30 se tornou o maior teste logístico da conferência climática que o Brasil sediará entre 10 e 21/11, em Belém (PA). A limitação de hotéis e o aumento dos preços na capital paraense colocam em risco a presença de delegações de países vulneráveis, justamente aqueles mais afetados pelas mudanças climáticas. Segundo a organização do evento, 149 países já confirmaram participação, número suficiente para abrir oficialmente as negociações da Organização das Nações Unidas (ONU).

Críticas à infraestrutura da cidade, entretanto, dominaram as conversas diplomáticas nas últimas semanas. Segundo apuração da Folha de S. Paulo, delegados de dezenas de países assinaram carta pedindo que parte do evento ocorresse em outro município. O governo federal recusou a proposta e criou uma força-tarefa para resolver o déficit de hospedagem na COP30, com o apoio dos ministérios do Turismo e das Relações Exteriores.

Hospedagem na COP30 ainda é desafio para visitantes internacionais

A capital paraense deve receber cerca de 50 mil participantes, número inferior às 80 mil pessoas que estiveram em Dubai, na COP28. Mesmo assim, o sistema hoteleiro local foi rapidamente esgotado, levando a uma explosão de tarifas e escassez de acomodações acessíveis. Países de menor renda, especialmente africanos e insulares, são os mais afetados.

“Sem condições logísticas adequadas, a credibilidade da conferência pode ser afetada”, alertaram diplomatas ouvidos pela imprensa internacional.

Entre os líderes confirmados estão Emmanuel Macron (França), Keir Starmer (Reino Unido) e Friedrich Merz (Alemanha). A ausência de nomes como Donald Trump, Xi Jinping e Javier Milei reforça a avaliação de que as questões logísticas pesaram sobre a decisão de alguns países.

Confira no vídeo mais informações sobre o alto preço das hospedagens durante a COP30.

Medidas emergenciais do governo brasileiro

A Casa Civil e o Itamaraty coordenam as ações para assegurar a estrutura mínima de recepção e segurança. A infraestrutura da COP30 é agora categoria de prioridade nacional, com monitoramento diário pelo Palácio do Planalto. Por isso, especialistas veem o evento como peça central para reforçar o papel diplomático do país no debate climático global.

“O Brasil criou uma força-tarefa para garantir hospedagem a todas as delegações”, informou a organização.

Para evitar cancelamentos, o Brasil passou a mobilizar soluções alternativas. O plano emergencial inclui navios-cruzeiro ancorados no porto de Belém e o uso de moradias do programa Minha Casa, Minha Vida como residências temporárias para delegações. Assim, segundo a organização da COP, essas medidas devem garantir acomodação para todos os participantes confirmados até o início de novembro.

A escolha do Pará já havia sido criticada devido à pobreza energética que afeta o estado, pois especialistas argumentam que a escolha coloca em evidência a contradição em sediar um evento voltado à indústria sustentável em uma região que ainda carece de recursos básicos.

Desafio estrutural pode afetar credibilidade do evento

Analistas veem o gargalo da hospedagem na COP30 como reflexo das limitações históricas da infraestrutura amazônica. A falta de transporte eficiente, a rede hoteleira reduzida e a distância dos grandes centros elevam os custos de realização. Para diplomatas estrangeiros, o sucesso da conferência dependerá da capacidade brasileira de oferecer condições mínimas e garantir ampla participação de países em desenvolvimento.

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