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Investimento da Stellantis nos EUA chega a US$ 13 bi para recuperar mercado perdido

A Stellantis anunciou um investimento recorde de US$ 13 bilhões nos Estados Unidos para recuperar espaço perdido após um semestre de prejuízo de US$ 2,7 bilhões e uma queda de 5 pontos percentuais em participação de mercado. O plano inclui a modernização de fábricas americanas e o lançamento de novos modelos Jeep e Ram, numa tentativa de corrigir erros de precificação e envelhecimento da linha. Analistas veem o movimento como uma virada estratégica para reposicionar a montadora diante da concorrência crescente e dos custos tarifários que devem somar US$ 1,7 bilhão em 2025.
Fachada da Stellantis refletindo o céu, simbolizando o investimento da empresa nos EUA para recuperar participação de mercado.
A Stellantis aposta US$ 13 bilhões na modernização de fábricas e no reposicionamento das marcas Jeep e Ram para reconquistar espaço no mercado americano.

O investimento da Stellantis nos EUA, anunciado na segunda-feira (03/11), marca a maior aposta da montadora desde a fusão entre Peugeot e Fiat-Chrysler. O aporte de US$ 13 bilhões surge após um semestre de prejuízo líquido de US$ 2,7 bilhões e uma perda de 5 pontos percentuais de participação no mercado norte-americano. O plano tenta reverter uma trajetória de declínio acentuada por preços altos e modelos defasados.

Durante a pandemia, a Stellantis aproveitou a escassez global de veículos para elevar seus preços e impulsionar lucros. O lucro líquido saltou de US$ 15,4 bilhões em 2021 para US$ 20 bilhões em 2023, resultado que mascarou falhas estruturais na linha Jeep e Ram. O público, antes fiel, migrou para concorrentes que entregavam melhor custo-benefício e inovação.

Muitas montadoras elevaram bastante os preços durante a pandemia, mas a Stellantis foi, de fato, uma das que mais exageraram, avaliou Tom Narayan, analista-chefe do RBC Capital. O diagnóstico ajuda a entender por que a empresa busca uma guinada tão drástica: reposicionar suas marcas e reconectar-se a um consumidor que se tornou mais sensível a valor e tecnologia.

Modernizar fábricas para diminuir gastos com importação

Cerca de 10% do investimento, o equivalente a US$ 1,3 bilhão, será destinado à modernização de fábricas nos Estados Unidos. A estratégia visa reduzir custos de importação e mitigar o impacto de tarifas comerciais estimadas em US$ 1,7 bilhão em 2025. Especialistas do setor veem esse esforço como uma tentativa de reconstruir a base produtiva local e acelerar o lançamento de novos modelos.

Desde a fusão que criou o grupo, a Stellantis acumulou US$ 8 bilhões em economias operacionais, mas perdeu ritmo frente a rivais que avançaram no setor de carros elétricos. O investimento bilionário busca agora recuperar relevância industrial e restaurar margens em um ambiente de maior competição e transição energética.

O investimento da Stellantis no EUA reforça nova fase de reindustrialização

Ao priorizar a produção doméstica, a Stellantis tenta equilibrar custos, agilidade e imagem corporativa. A decisão reflete uma tendência mais ampla de reindustrialização no setor automotivo, impulsionada por políticas tarifárias e por exigências de sustentabilidade. O sucesso dessa virada dependerá da execução e da aceitação dos novos modelos pelo mercado.

Bilhões para correção de rota global

Para analistas, o aporte representa não apenas uma estratégia industrial, mas uma correção de rota estratégica após decisões que deterioraram a competitividade. A empresa busca provar que ainda pode disputar liderança em um mercado dominado por Tesla, GM e Ford, combinando eficiência europeia e escala americana.

Confira mais detalhes sobre o plano da Stellantis nos EUA:

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Perspectivas da recuperação da Stellantis

A reviravolta da Stellantis dependerá da capacidade de equilibrar inovação e preço em um cenário de transição energética acelerada. Caso consiga reconquistar consumidores e otimizar sua produção, o grupo poderá retomar até o terceiro lugar nas vendas norte-americanas até 2027, segundo projeções de mercado.

O investimento da Stellantis nos EUA é, portanto, um teste de sobrevivência — e o ponto de partida para redefinir o futuro da montadora dona da Jeep.

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