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Reestruturação do Grupo Pão de Açúcar redefine gestão e corta gastos sob comando dos Coelho Diniz

Sob o comando da família Coelho Diniz, o Grupo Pão de Açúcar adota um plano de eficiência que marca uma reestruturação profunda. A companhia reduz despesas, suspende a expansão de lojas e prioriza a geração de caixa, após encerrar a era do controle francês do Casino. O novo conselho, com gestão mais próxima e foco em resultados, tenta reposicionar o GPA em um mercado de consumo enfraquecido, com metas de produtividade e equilíbrio financeiro.
Fachada de loja do Pão de Açúcar simboliza a reestruturação do Grupo Pão de Açúcar sob gestão dos Coelho Diniz
A reestruturação do Grupo Pão de Açúcar, liderada pela família Coelho Diniz, foca em corte de custos, redução de dívidas e novo modelo de gestão operacional. (Imagem: Divulgação)

A reestruturação do Grupo Pão de Açúcar (GPA) avança sob o comando da família Coelho Diniz, que assumiu o controle e impôs uma guinada de gestão. Desde outubro, o grupo adota cortes de custos, revisão de contratos e suspensão de expansão, em um esforço para ajustar a operação ao novo ciclo de rentabilidade. A fase marca a substituição definitiva do grupo francês Casino e inaugura um modelo de administração mais direto e enxuto.

Com André Coelho Diniz à frente do conselho e o CFO Rafael Russowsky no comando interino, a estratégia passa por disciplina financeira e foco em execução. Russowsky define o momento como um “novo paradigma”, no qual a empresa busca adequar seu tamanho e recuperar eficiência após anos de investimentos intensos. A prioridade é fortalecer o caixa e reduzir a dependência de capital externo.

Nova gestão e mudança de estratégia na reorganização do GPA

Os resultados do terceiro trimestre de 2025 refletem os primeiros efeitos dessa virada. O GPA registrou lucro líquido de R$ 145 milhões, revertendo prejuízo do mesmo período de 2024, enquanto o Grupo também obteve receita líquida de R$ 4,56 bilhões, alta de 1,4%. A margem Ebitda ajustada chegou a 9,1%, sustentada pela queda das despesas administrativas para 19,5% da receita. O plano de eficiência, que inclui o corte de mais de 700 funcionários, deve gerar economia anual próxima de R$ 800 milhões, segundo a companhia.

O investimento anual será reduzido para uma faixa entre R$ 200 milhões e R$ 250 milhões, após R$ 675 milhões no último ciclo. Dessa forma, com a expansão suspensa, a empresa pretende usar o caixa para reduzir a dívida líquida de R$ 2,7 bilhões, equivalente a 3,1 vezes o Ebitda. Mesmo com avanço operacional, o BTG Pactual avaliou que os resultados ainda são tímidos, pressionados pelo custo financeiro e pelo consumo mais fraco.

Eficiência e novos eixos de rentabilidade

A reestruturação do Grupo Pão de Açúcar vai além do corte de despesas e busca redefinir o modelo de negócios. As bandeiras Pão de Açúcar e Extra Mercado registraram alta nas vendas nas lojas, de 3,5% e 5,5%. Enquanto isso, o e-commerce foi responsável por 13,1% das vendas, avançando 9,8% no trimestre, consolidando-se como canal estratégico.

O grupo também atua para reduzir um passivo tributário de R$ 15 bilhões, concentrado em multas e juros. Para mitigar o impacto, o GPA reconheceu créditos fiscais de prejuízos acumulados e bases negativas de contribuição social, o que ajudou a sustentar o lucro trimestral. Ademais, parte desses créditos será usada para compensar débitos federais e negociar prazos com a Receita Federal e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

Ajuste de cultura corporativa e foco em execução

A nova fase do GPA combina simplificação administrativa e rigor na gestão de capital. O conselho, agora com três representantes ligados aos Diniz, impõe metas de produtividade e geração de caixa. “Seguimos firmes na execução de um plano centrado na simplificação do negócio e no aumento da produtividade”, afirmou Russowsky no relatório de resultados.

A reestruturação do Grupo Pão de Açúcar marca o fim de um ciclo de expansão e o início de uma era de consolidação. Assim, a meta é garantir eficiência, reduzir dívidas e fortalecer o retorno sobre o capital. A gestão dos Coelho Diniz, portanto, tenta reposicionar o GPA como um varejista mais ágil, financeiramente sólido e preparado para competir em um mercado de margens estreitas.

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