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Novo empréstimo dos Correios, de R$ 12 bilhões, avança com aval do Tesouro

O novo empréstimo dos Correios de R$ 12 bilhões, em análise pelo Tesouro Nacional, está vinculado a um plano de reestruturação que prevê corte de custos e reorganização da operação. Entre as medidas estão a redução do quadro funcional em 15 mil empregados por meio de plano de demissão voluntária até 2027, o fechamento de cerca de mil unidades físicas, a venda de ativos ociosos, a renegociação de contratos e a ampliação de receitas com parcerias privadas, especialmente nas áreas de logística e e-commerce. Saiba mais lendo a matéria completa
Empréstimo dos Correios com aval do Tesouro Nacional
Nova operação de empréstimo dos Correios de R$ 12 bilhões depende de aval do Tesouro e de plano de ajuste operacional (Foto: Reprodução)

Um novo contrato para empréstimo dos Correios, no montante de R$ 12 bilhões, avançou mais uma etapa nesta segunda-feira (15/12), após a estatal encaminhar ao Tesouro Nacional a minuta do contrato para análise. O aval da União é condição para viabilizar a operação, estruturada com prazo de 15 anos, carência de três anos e custo financeiro de 115% do CDI ao ano.

Além disso, o crédito será liberado em três parcelas, sendo R$ 6 bilhões ainda em 2025 e o saldo ao longo de 2026. A operação foi desenhada por um grupo formado por Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Santander. Todos conduziram as negociações de forma alinhada ao Tesouro desde as fases iniciais.

Empréstimo dos Correios e o papel do Tesouro

O Tesouro Nacional atua como avalista da operação e avalia se a taxa pactuada está dentro dos parâmetros usados em financiamentos com garantia da União. Nesse sentido, o custo de 115% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) ficou abaixo da referência normalmente adotada, em torno de 120%, fator que sustenta a expectativa de aprovação técnica.

Após essa etapa, o processo segue para o Conselho de Administração dos Correios, responsável por autorizar formalmente a contratação. Portanto, a governança da operação envolve duas instâncias decisórias, reforçando o controle sobre o endividamento da estatal e o impacto fiscal potencial.

Empréstimo dos Correios condicionado ao plano de ajuste estrutural

O acesso ao empréstimo está atrelado a um plano de reestruturação dos Correios com metas operacionais e financeiras. A direção da empresa trabalha com a perspectiva de retomar o lucro em 2027, desde que as medidas previstas sejam implementadas no cronograma estabelecido.

Junto com o empréstimo dos Correios, o plano combina corte de despesas recorrentes e iniciativas para reforçar o caixa no curto e médio prazo. As medidas priorizam a redução de custos fixos e a reorganização do modelo operacional da estatal. Entre os principais pontos, estão:

  • Ampliação de receitas via parcerias com o setor privado, com foco em logística, e-commerce e novos serviços.
  • Redução do quadro funcional em 15 mil empregados, por meio de plano de demissão voluntária (PDV), sendo 10 mil desligamentos em 2026 e 5 mil em 2027;
  • Fechamento de cerca de mil unidades físicas, com revisão da capilaridade da rede de atendimento;
  • Venda e monetização de imóveis e ativos ociosos, para reforço de caixa e redução de despesas de manutenção;
  • Renegociação de contratos com fornecedores e prestadores de serviço, visando diminuir custos operacionais;
  • Ampliação de receitas via parcerias com o setor privado, com foco em logística, e-commerce e novos serviços.

Enquanto isso, funcionários consultados relatam mudanças na cobertura de seus planos de saúde e dificuldades com remuneração de férias.

Financiamento atual em comparação com tentativas anteriores

Antes do acordo atual, houve uma primeira tentativa de estruturar um empréstimo aos Correios de R$ 20 bilhões. A operação envolvia outro grupo de bancos, que incluía Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil, Banco do Brasil e Safra. No entanto, a proposta previa juros de 136% do CDI, patamar que levou o Tesouro a rejeitar o aval.

Esse histórico ajuda a explicar a arquitetura mais conservadora do atual financiamento. Ao reduzir o valor total e ajustar a taxa, a estatal buscou enquadrar a transação nos critérios fiscais vigentes. Paralelamente, o plano de negócios prevê parcerias com o setor privado para ampliar o portfólio de serviços e diversificar receitas, reduzindo a dependência do serviço postal tradicional.

Nesse contexto, o empréstimo dos Correios passa a funcionar como um instrumento de transição financeira. A execução efetiva do ajuste operacional, combinada à disciplina fiscal exigida pelo aval da União, tende a definir se a estatal conseguirá estabilizar seu caixa e reposicionar sua atuação nos próximos anos.

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