A mudança no saque-aniversário do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) levou a uma queda de 31% nas concessões de crédito pessoal não consignado em novembro, informou o Banco Central (BC) nesta sexta-feira 26/12. O dado foi apresentado durante coletiva técnica sobre as estatísticas de crédito, com foco nos efeitos recentes das regras do fundo.
Segundo o BC, a retração ocorreu após decisão do Conselho Curador do FGTS, que tornou mais restritivas as condições de antecipação do saque-aniversário. Renato Baldini, chefe-adjunto do Departamento de Estatísticas do BC, atribuiu diretamente o recuo à alteração regulatória.
Mudança no saque-aniversário do FGTS e o recuo do crédito
De acordo com Baldini, a alteração no saque-aniversário reduziu o volume de operações vinculadas ao fundo. Como esse tipo de crédito costuma apresentar taxa de juros mais baixa, a sua menor participação afetou o total contratado no mês.
O impacto foi imediato no mercado de crédito, sobretudo no segmento fora do crédito consignado. Bancos reduziram a oferta dessa linha, já que a antecipação do FGTS funcionava como garantia relevante para operações de menor custo.
Alta da taxa média
Além da queda nas concessões, a mudança no saque-aniversário do FGTS influenciou o comportamento dos juros. Em novembro, a taxa média de juros do crédito pessoal não consignado subiu 5,5%, segundo o BC.
Baldini explicou que o avanço não decorre de aumento generalizado de preços, mas de efeito de composição. Com menos operações baratas, o cálculo da média passa a refletir contratos mais caros, elevando o indicador final.
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Novas regras do saque-aniversário e leitura do mercado
Esse ajuste regulatório reforça como decisões do FGTS afetam a política de crédito e o custo financeiro para famílias. A revisão do saque-aniversário altera a dinâmica entre oferta de crédito, demanda e condições financeiras, especialmente em um ambiente de maior cautela bancária. O episódio também mostra que mudanças no desenho de garantias podem redefinir o acesso ao crédito fora do consignado, com reflexos diretos sobre o consumo e o planejamento financeiro das famílias.











