O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) de dezembro ficou praticamente estável ao registrar variação de -0,01%, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (29/12) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE). O resultado reflete, principalmente, o recuo dos preços no atacado, com queda em matérias-primas e insumos industriais, o que levou o índice a encerrar 2025 com retração acumulada de 1,05%.
A estabilidade no mês ocorre após a alta observada em novembro e indica menor pressão de custos ao longo da cadeia produtiva, sobretudo na indústria e no agronegócio. Como o IGP-M é amplamente usado como referência para contratos de aluguel, tarifas públicas e reajustes privados, sua leitura no fechamento do ano ganha relevância para empresas e investidores.
IGP-M de dezembro e os preços ao produtor
Antes de detalhar os números, é importante lembrar que o atacado responde por 60% da composição do índice. Em dezembro, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) apresentou recuo de 0,12%, revertendo a variação positiva do mês anterior. Esse desempenho foi determinante para a estabilidade do IGP-M de dezembro. Além disso, o índice revela que:
- As matérias-primas brutas recuaram 0,30% no mês, acumulando queda de 8,09% em 2025.
- Produtos agropecuários registraram retração de 0,87% em dezembro.
- No acumulado do ano, o IPA apresentou queda de 3,35%, refletindo menor repasse de custos ao longo da cadeia produtiva.
Segundo Matheus Dias, economista do FGV IBRE,
“o IGP-M encerra 2025 com queda acumulada de 1,05%, resultado que reflete um ano marcado pela desaceleração da atividade global e elevada incerteza, fatores que limitaram repasses de custos”.
IGP-M de dezembro e a inflação ao consumidor
Apesar do alívio no atacado, os preços ao consumidor mantiveram trajetória positiva no fechamento do ano. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que representa 30% do IGP-M, subiu 0,24% em dezembro e acumulou alta de 4,08% em 2025. Portanto o índice revela ajustes nos seguintes setores:
- Habitação avançou 0,42%, com impacto de tarifas e aluguéis.
- Educação, leitura e recreação registraram alta de 1,53% no mês.
- Transportes subiram 0,28%, pressionados por passagens aéreas.
Em contrapartida, alimentação e vestuário contribuíram para moderar o índice, com variações negativas no mês. Esse contraste reforça a leitura de que o comportamento da inflação seguiu desigual entre setores ao longo do ano.
Leitura de dezembro no fechamento do ano
A leitura final do IGP-M de dezembro sugere um ambiente de menor pressão de custos no atacado, ao mesmo tempo em que a inflação ao consumidor segue sustentada por serviços e itens ligados à demanda interna. Para 2026, analistas do FGV IBRE avaliam que esse desenho reduz riscos de repasses imediatos, embora itens sensíveis à atividade econômica ainda exijam acompanhamento atento.
O índice permanece como referência relevante para contratos privados e decisões empresariais, especialmente em um cenário de transição monetária. Assim, o comportamento do IGP-M no início de 2026 tende a ser acompanhado de perto pelo mercado.











