O Grupo Banco Mundial (GBM) revelou planos de investimento anual de U$ 7 bilhões no Brasil até 2028. Este aporte incluirá U$ 2 bilhões do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e U$ 5 bilhões da Corporação Financeira Internacional (IFC). A Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA) também participa do financiamento.
O financiamento apoia diretamente as prioridades do Plano Plurianual (PPA) 2024–2027 do Brasil e do seu Plano de Transformação Ecológica (PTE), além de aspirações do setor privado para aprimorar o ambiente de negócios local. O plano tem como foco o desenvolvimento sustentável e a mitigação das mudanças climáticas.
Johannes Zutt, diretor do Banco Mundial para o Brasil, explicou os objetivos do plano. “Nosso foco é impulsionar uma economia mais produtiva, inclusiva e ambientalmente sustentável”, afirmou. Ele acrescentou que o plano visa também melhorar a governança e diminuir desigualdades raciais e de gênero.
O plano foi desenvolvido com a colaboração de várias entidades, incluindo o Ministério da Fazenda e o Ministério do Planejamento e Orçamento do Brasil. Representantes de estados e municípios, bem como do setor privado, acadêmico, da sociedade civil, povos indígenas e grupos afro-brasileiros também participaram das consultas.
Manuel Reyes-Retana, diretor regional da IFC para o Brasil, ressaltou a importância do setor privado no plano. “O crescimento produtivo e inovador será o motor para atração de investimentos e redução das emissões de carbono”, disse. Ele mencionou que o Grupo Banco Mundial vai expandir o financiamento sustentável e desenvolver os mercados de capitais para suportar as estratégias climáticas do país.
A estratégia também abrange melhorias em educação, saúde, saneamento e acesso a serviços digitais, com foco especial nas regiões norte e nordeste do Brasil. Políticas de inclusão e melhor regulação fundiária em áreas rurais são parte integral do plano.
No campo da sustentabilidade, o Grupo Banco Mundial pretende com os investimentos expandir a matriz energética limpa do Brasil e promover resiliência agrícola frente às mudanças climáticas. A estratégia inclui ações contra o desmatamento ilegal e o desenvolvimento de instrumentos financeiros como títulos verdes e azuis.
Adicionalmente, a estratégia está alinhada com parcerias já existentes, como o Memorando de Entendimento com o BID, e busca novas colaborações com entidades como a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) e a Embrapa.
A iniciativa Redes Financeiras para a Amazônia, lançada na COP28 pela IFC e o BID Invest, é outro destaque. A rede, que conta com 24 membros fundadores, visa mobilizar capital e fomentar empregos através de micro, pequenas e médias empresas na Amazônia.