Mesmo com o avanço da vacinação, o ano de 2021 ainda foi marcado pela pandemia e pelas incertezas geradas por ela. Apesar desse cenário, muitos segmentos conseguiram se consolidar no mercado, aumentando suas vendas e faturamentos, como é o caso do segmento do varejo farmacêutico.
Segundo dados apresentados pelo presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), Edison Tamascia, o setor se destacou bastante, apesar dos desafios.
Os dados do mercado mostram que entre setembro de 2020 e setembro de 2021, varejo farmacêutico cresceu 12% como um todo e o grande destaque foram as lojas das redes associadas à Febrafar, que foram a que mais cresceram com 18,5%, muito mais que qualquer outro agrupamento. Isso faz com que esse grupo já represente (market share) 12,9% de todo o faturamento do varejo farmacêutico.
“Somos um país com 85.433 mil farmácias, com suas diferenças, mas temos que avaliar que é um número de lojas muito grande com a possibilidade de vender o mesmo produto. Assim, por ser um setor de iguais, a forma de se destacar é preciso se diferenciar em relação a experiência dos usuários, lembrando que é um mercado em grande mudança”, explica Edison Tamascia.
Já em relação a 2022 o presidente afirma que é muito difícil prever o que vai acontecer, mas, em relação ao varejo farmacêutico a expectativa é que continue o caminho de crescimento dos últimos anos.
“Nós vamos sair de 2021 com a economia praticamente em frangalhos, uma inflação relativamente alta, a população com um nível de desemprego alto e a renda baixa, um ano político que terá muitas incertezas a partir de tudo isso, assim, prever o que vai acontecer é muito difícil. O que eu posso garantir é que nós vamos continuar prosperando seja o mercado qual for”.
Vários fatores contribuem para o crescimento acima da média do setor farmacêutico, como essencialidade dos medicamentos na cesta de compras; patologias epidêmicas como Dengue, Zika, H1N1, Febre Amarela e outras, aqueceram a demanda de algumas categorias; crescimento orgânico, com a melhor e maior amplitude de categorias disponíveis na farmácia, novas lojas e melhoria de mix; e demografia, sendo que medicamentos para doenças crônicas cresceram 15% em 2020.
Sobre as oportunidades desse setor, Edison explica que essas passam pela digitalização do consumidor, mas não necessariamente no e-commerce. “Em relação aos nossos investimentos na Febrafar, nós continuamos muito focados no digital, até porque isso faz parte de nosso planejamento e isso não mudaria”, finaliza.