A usina deixa para trás a era das grandes obras e passa a investir em municípios com menor IDH para projetos socioambientais.
A usina hidrelétrica de Itaipu, localizada na fronteira entre Brasil e Paraguai, comemora o 50º aniversário do tratado que viabilizou sua construção, enquanto celebra a quitação da dívida em fevereiro de 2023. Nesse contexto, Enio Verri, novo diretor-geral de Itaipu, anuncia mudanças no lado brasileiro.
As grandes obras no Paraná, financiadas pela usina, dão lugar a um foco maior em projetos socioambientais. “Vamos manter os compromissos firmados pela gestão passada, mas não vamos começar novas obras. Pretendemos ampliar o conceito de território de Itaipu, casado com políticas do governo federal”, afirma Verri.
O diretor-geral destaca que municípios com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) serão beneficiados por recursos voltados a projetos socioambientais. No entanto, essa mudança pode frustrar a expectativa de redução na conta de luz, um objetivo perseguido pelos gestores da usina e do setor de energia no Brasil.
As negociações tarifárias de 2022 e 2023 indicam a tendência de assegurar recursos adicionais, algo apoiado por Verri. “No meu entender, Itaipu deveria manter o modelo atual, lembrando que parte do modelo implica em garantir retornos, não na forma de lucros, mas de outros benefícios, como investimentos em projetos de inovação e políticas públicas socioambientais”, conclui o diretor-geral.
A usina de Itaipu, símbolo de cooperação bem-sucedida entre Brasil e Paraguai, é uma fonte importante de energia para os dois países. Com a dívida quitada e a renegociação dos termos financeiros em curso, Itaipu tem a chance de se reinventar e continuar contribuindo de maneira significativa para o desenvolvimento sustentável da região.