De acordo com o Instituto Internacional de Desenvolvimento Gerencial (IMD), o Brasil registrou um declínio em seu nível de competitividade pelo terceiro ano seguido, ocupando agora a 60ª posição em uma lista de 64 nações. Os dados, relativos ao ano de 2022, foram anunciados recentemente pela instituição suíça voltada para a educação executiva.
A versão 2023 do ranking da IMD, divulgada na segunda-feira (19/06), baseou-se em 336 indicadores econômicos e sociais, predominantemente do ano anterior, além da opinião de empresários entrevistados. No Brasil, a pesquisa contou com a colaboração da Fundação Dom Cabral (FDC), que consultou mais de cem executivos de diversos setores e regiões.
No topo da lista, encontra-se a Dinamarca, mantendo sua posição de liderança do ano anterior, seguida pela Irlanda, que subiu nove posições, e pela Suíça, Cingapura e Holanda.
Dentre os motivos que contribuíram para a baixa posição do Brasil no ranking, destaca-se a percepção negativa dos empresários em relação à eficiência do setor privado, o que fez o país retroceder da 59ª para a 63ª posição nesse critério específico. Além disso, a qualidade da educação também foi avaliada de forma desfavorável, com base em uma combinação de dados e na percepção dos executivos sobre a entrada dos jovens no mercado de trabalho.
Outros aspectos que impactaram negativamente o desempenho brasileiro foram o custo de capital, a legislação trabalhista, as finanças públicas e a burocracia para a abertura de empresas. No entanto, o país apresentou melhorias nas áreas de infraestrutura básica, atração de investimentos internacionais e estabilidade de preços, especialmente nos setores de combustíveis e alimentos.
Carlos Arruda, professor da FDC, ressaltou em entrevista ao Estado de Minas que a aprovação da reforma tributária, atualmente em discussão no Congresso, poderia ter um impacto positivo nos dados e na percepção dos executivos brasileiros. Ele acredita que essa medida poderia impulsionar a ascensão do Brasil no ranking, aproximando-o do Chile, considerado o país mais competitivo da América Latina e que ocupa a 44ª posição neste ano.
Com o cenário atual e a possibilidade de mudanças estruturais, resta aos líderes brasileiros e às instituições trabalharem em conjunto para promover a competitividade do país e impulsionar seu desenvolvimento econômico e social.