O governo federal está se preparando para realizar uma avaliação minuciosa na lista de beneficiários do INSS com o objetivo de detectar fraudes. Segundo a ministra do Planejamento, Simone Tebet, essa análise poderia resultar em uma economia anual de até R$ 20 bilhões, com base em informações do Tribunal de Contas da União.
No entanto, especialistas consultados têm uma visão positiva da iniciativa, mas questionam a projeção de economia de R$ 20 bilhões. Em fevereiro deste ano, o TCU divulgou resultados de uma avaliação realizada em 2021, na qual foram identificados problemas em 7,8 milhões de registros no INSS, com um impacto calculado em R$ 2,9 milhões por ano.
Vilma da Conceição Pinto, diretora da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal, observa que o governo manifestou sua intenção de realizar esse pente-fino no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), o que poderia, de fato, levar a economias.
A pesquisa também revela a preocupação dos brasileiros em relação à economia. Cerca de 54% dos entrevistados acreditam que a inflação aumentará, enquanto 46% acreditam que o desemprego aumentará nos próximos meses. Em relação ao poder de compra, 33% acreditam que diminuirá, 33% acreditam que permanecerá o mesmo e 32% acreditam que aumentará.
No entanto, segundo Vilma da Conceição Pinto, há uma série de medidas que podem aumentar os gastos, como a política de reajuste real do salário mínimo, que serve como referência para várias políticas previdenciárias, e a automação e aceleração dos sistemas de concessão de benefícios.
“O valor projetado traz uma perspectiva otimista. Será necessário um esforço considerável para atingir essa quantia. É difícil imaginar uma economia tão substancial de recursos”, disse Vilma da Conceição Pinto, diretora da Instituição Fiscal Independente (IFI).
O economista e especialista em contas públicas, Murilo Viana, destaca o alto número de irregularidades, concentradas principalmente no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e na aposentadoria rural. Ele questiona, no entanto, se é viável realizar esse processo sem aumentar o número de servidores ou investir em inteligência e tecnologia. Viana também ressalta que, nos últimos anos, o INSS tem evitado conceder benefícios irregulares, mas essa decisão pode ser revertida pelos contribuintes.