Chegando ao Brasil em 1972 com apenas oito anos, Jae Ho Lee e sua família buscavam escapar das dificuldades econômicas da Coréia do Sul pós-guerra. O Brasil, por sua vez, vivendo seu milagre econômico nos anos 1970, apresentava-se como um terreno fértil para novos começos. No país, o primeiro contato de Ho Lee com o empreendedorismo e a gestão de recursos foi a joalheria da família. “Quando meu pai recebia os fabricantes, ele me deixava escolher algumas peças que eram minhas. Consegui comprar uma moto com isso”, lembra o sul-coreano ao O Antagonista. A partir daí, iniciou-se a história de um grupo empresarial de sucesso, conhecido como Ornatus.
Fundação do Ornatus
Em 1992, Jae Ho Lee fundou o Grupo Ornatus. Sob sua liderança, o grupo expandiu-se para incluir marcas como Morana, Balonê e Love Brands, que abrangem desde bijuterias até franquias de grandes marcas como Imaginarium e Puket. Hoje, o grupo possui 724 unidades espalhadas por 600 dos 628 shoppings no Brasil, evidenciando um faturamento robusto que alcançou R$ 785 milhões em 2022, com projeções de atingir R$ 900 milhões em 2023.
Grupo empresarial de sucesso: expansão para diversos setores
Além do varejo de acessórios, Lee aventurou-se em outros setores como a gastronomia e a hospedagem. Ele se tornou proprietário do restaurante Little Tokyo em 2022 e lançou a plataforma BnbGuests para administrar casas de luxo no Airbnb. Estas empreitadas refletem sua capacidade de identificar e capitalizar em nichos de mercado variados.
Imigração + empreendedorismo: contribuições e impacto social
A história desse grupo empresarial de sucesso, criado pelo imigrante Jae Ho Lee, é um exemplo do impacto positivo da imigração no Brasil. Similarmente, imigrantes italianos têm deixado legados significativos. Francesco Matarazzo, um dos primeiros grandes empreendedores italianos, e a família Bauducco, conhecida pela popularização do panettone, são exemplos de como a imigração enriqueceu cultural e economicamente o país.
Dados do Sebrae
Uma pesquisa do Sebrae, utilizando informações da Receita Federal de maio de 2023, revelou quais são os principais setores de atuação dos empreendedores estrangeiros no Brasil. Cerca de 25% deles estão envolvidos no comércio ou na produção de vestuário. Seguindo essa tendência, o setor de beleza atrai 6% dos empreendedores internacionais, enquanto o setor de educação envolve 5%, e o de alimentação e bebidas, 4%. Além disso, das dez nacionalidades que mais representam os empreendedores estrangeiros no Brasil, sete são latino-americanas. Venezuelanos, bolivianos, colombianos, argentinos, uruguaios e peruanos representam juntos 56% dos Microempreendedores Individuais (MEI) estrangeiros no país.
