A Rússia optou por impor uma proibição temporária na exportação de diesel, agravando a já presente escassez interna. Especialistas entrevistados pela Reuters concordam que isso coloca pressão adicional sobre a Petrobras (PETR4) e prevêem possíveis reajustes nas refinarias.
A dependência brasileira do combustível russo
O país euro-asiático ser o principal fornecedor de combustíveis para o Brasil tornou-se um elemento crucial na cadeia de suprimentos de diesel do país. Apenas no mês de agosto, o diesel russo respondeu por mais de 70% do volume importado pelo Brasil.
Embora a Petrobras tenha atingido um recorde de produção de combustíveis em agosto, com suas refinarias operando a 97,3% de sua capacidade total, essa alta produção não se traduziu diretamente em benefícios para o consumidor. No mesmo mês, o preço do diesel no Brasil aumentou 8,54%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A gasolina também subiu 1,24%, somando-se ao aumento de 4,75% registrado em julho.
Desde julho, os combustíveis mantiveram uma tendência de alta, relacionada à reintrodução de impostos e a um reajuste anunciado pela Petrobras em agosto, motivado pelo aumento dos preços do petróleo no mercado internacional.
O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), já mencionou a possibilidade de recompra de uma refinaria privatizada na Bahia, mas até o momento não há planos concretos nesse sentido. Portanto, a busca por alternativas que reduzam a dependência da importação e, consequentemente, os preços dos combustíveis, é uma questão premente para o país.