Uma discordância entre o governo federal e o setor do agronegócio está atrasando a aprovação do Sistema Brasileiro do Comércio de Emissões (SBCE). Atualmente, essa é considerada uma prioridade na área de sustentabilidade para o governo. Este impasse pode adiar a decisão até a realização da COP28 em Dubai.
O desentendimento ficou evidente em uma reunião realizada na sexta-feira (27) na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Representantes de organizações agrícolas como a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) se encontraram com Renata Miranda, secretária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
O evento também contou com as presenças do embaixador André Aranha Corrêa do Lago, secretário de clima, energia e meio ambiente do Ministério de Relações Exteriores, e o diplomata Roberto Azevedo, ex-diretor geral da Organização Mundial do Comércio (OMC).
O governo deseja apresentar um texto de regulamentação para o SBCE, mais conhecido como mercado de carbono, antes da COP28. Eles veem isso como crucial para colocar o Brasil na vanguarda do debate internacional sobre sustentabilidade.
No entanto, o agronegócio enfrenta dificuldades em debater simultaneamente o Projeto de Lei que regulamenta o mercado de carbono e o texto que trata do Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE). Isso pode atrasar a aprovação no Congresso, uma vez que questões anteriormente resolvidas podem ser reabertas.