No segundo turno da eleição presidencial argentina, Javier Milei, candidato ultraliberal, causa polêmica ao sugerir que clubes de futebol se tornem empresas. Essa ideia já havia sido discutida no passado em relação às sociedades anônimas desportivas (SADs), um modelo similar às SAFs brasileiras. Milei defende um modelo econômico inglês, onde os clubes têm sócios controladores e até ações negociadas em Bolsa. Suas opiniões levantaram debates sobre a identidade do futebol argentino e sua ligação com o capital estrangeiro.
A proposta de Milei gerou controvérsias ao sugerir que a origem dos donos dos clubes não deveria importar, desde que haja sucesso nos campos. Ele argumentou que é preferível ter clubes dominados por investidores estrangeiros do que enfrentar a decadência do futebol local, com cada vez menos qualidade e recursos. Esta posição foi apoiada pelo ex-presidente Mauricio Macri, defensor dos investimentos privados no futebol, visando ao modelo europeu.
O debate sobre transformar clubes de futebol em empresas ganhou força com críticas à situação atual da liga local. Milei destacou a crise econômica do país, afirmando que as pessoas não podem pagar muito por entretenimento e que a liga local sofre com jogadores jovens e inexperientes, aliados a veteranos prestes a se aposentar.
O posicionamento de Milei e o apoio de figuras proeminentes como Macri trouxeram à tona discussões sobre a modernização do futebol argentino, mas também levantaram preocupações sobre a identidade e tradição dos clubes em meio à influência do capital estrangeiro. Esta proposta continua sendo um ponto central de debate na reta final da campanha presidencial, dividindo opiniões sobre o futuro do futebol argentino.
