Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), destacou a importância de revisar a relação entre o Estado e o mercado para revitalizar a indústria brasileira. Durante o lançamento do plano Nova Indústria Brasil, em Brasília, Mercadante ressaltou a necessidade de uma nova dinâmica entre essas duas entidades para enfrentar os desafios da transição digital e da crise ambiental.
BNDES e o Financiamento do Programa
Dependendo do engajamento, o BNDES pode desempenhar um papel importante neste processo, destinando R$ 250 bilhões para o apoio de projetos do programa Nova Indústria Brasil. Essa soma representa mais de 80% do pacote de investimentos proposto, sinalizando um compromisso substancial com o setor industrial.
Inovação e Sustentabilidade como Chaves para o Futuro
Mercadante destacou a transição para uma economia verde e o desenvolvimento de novas tecnologias como fundamentais para o futuro da indústria. O governo adotará políticas de incentivo à aquisição de produtos manufaturados e serviços nacionais, incluindo a adoção de margens de preferência para compras governamentais, mesmo quando o preço for superior ao de itens importados.
Uma Janela Histórica de Oportunidades
O Brasil, segundo Mercadante, está diante de uma oportunidade histórica de transformação, comparável ao período pós-Segunda Guerra Mundial. Ele criticou a ideia do Estado mínimo e enfatizou a necessidade de uma abordagem mais integrada para resolver os problemas econômicos.
Medidas Chave do Plano Nova Indústria Brasil
O plano inclui objetivos específicos para diversos setores:
- Agroindústrias: Aumentar a participação do setor agroindustrial no PIB agropecuário para 50% e alcançar 70% de mecanização na agricultura familiar.
- Indústria da Saúde: Produzir 70% das necessidades nacionais em medicamentos e equipamentos médicos no país.
- Infraestrutura e Mobilidade: Reduzir o tempo de deslocamento casa-trabalho em 20% e aumentar o adensamento produtivo em transporte público sustentável.
- Transformação Digital: Digitalizar 90% das empresas industriais brasileiras e triplicar a produção nacional em novas tecnologias.
- Bioeconomia e Transição Energética: Reduzir em 30% a emissão de CO2 por valor adicionado do PIB industrial e aumentar em 50% a participação dos biocombustíveis na matriz energética.
- Tecnologia de Defesa: Obter autonomia em 50% das tecnologias críticas para a defesa.