O governo canadense anunciou na segunda-feira (22/01) uma medida restritiva para a emissão de autorizações a estudantes estrangeiros. Essa política, válida por dois anos, visa controlar a entrada de estudantes internacionais, com uma redução estimada em 35% para 2024, resultando em aproximadamente 360 mil vistos aprovados.
O ministro da Imigração, Marc Miller, explicou que a principal razão para o estabelecimento deste limite é proteger os estudantes que frequentam instituições de ensino com parcerias público-privadas, que frequentemente cobram taxas elevadas por serviços educacionais de baixa qualidade. E ao mesmo tempo, reduzir a pressão sobre o mercado imobiliário e outros serviços públicos. Essas instituições têm sido acusadas de explorar os estudantes internacionais, oferecendo poucos recursos e suporte, enquanto inflam suas taxas de matrícula e contribuem para o aumento da demanda por habitação. Miller enfatizou que essa medida tem como foco principal a melhoria das condições de vida e estudo no Canadá.
A crescente imigração tem pressionado os serviços públicos, como saúde e educação, além de inflacionar os custos de moradia. A população do Canadá cresceu rapidamente, com um aumento notável de residentes temporários, principalmente estudantes. A medida surge como uma resposta a essas questões, que têm impactado a popularidade do primeiro-ministro Justin Trudeau.
Reações ao anúncio
A Aliança Canadense de Associações Estudantis (CASA) criticou a restrição. De acordo com o Diretor de Advocacia da CASA, Mateusz Salmassi, falta aos estudantes imigrantes mais suporte e alojamento. O anúncio coincide com um momento de pressão crescente sobre o governo para controlar um mercado imobiliário cada vez mais inacessível, onde os preços dos imóveis e aluguéis dispararam nos últimos anos.
Por outro lado, a Universidade de Toronto apoiou a decisão, afirmando que colaborará com o governo. “focadas em abordar abusos no sistema por parte de atores específicos e não se destinam a impactar negativamente universidades como a nossa”, afirmou a universidade em comunicado.
Mais mudanças em vista
A partir de setembro, o governo também cessará a emissão de permissões de trabalho para graduados de certas faculdades, principalmente na província de Ontário. As províncias terão autonomia na distribuição das permissões entre as universidades.