Um grupo de sete gestores de fundos, acionistas minoritários da Cielo, está desafiando o valor de avaliação proposto na oferta pública de aquisição (OPA) pelos controladores Bradesco e Banco do Brasil. Alegando subavaliação, eles solicitaram uma assembleia extraordinária para discutir uma nova avaliação do preço por ação e contestar a avaliação da empresa.
Contestação da avaliação da Cielo
A Cielo, na última quarta-feira, recebeu uma notificação de acionistas que representam mais de 10% das ações em circulação, expressando insatisfação com o valor oferecido na OPA. Encore, Clave, Mantaro, Ibiuna Ações e Macro, XP Gestão de Recursos, e AZ Quest, que juntos detêm uma participação significativa na empresa, assinaram a carta pedindo a reavaliação.
Inconsistências apontadas
Os gestores identificaram três principais inconsistências na avaliação realizada pelo Bank of America (BofA), incluindo a alíquota de imposto de renda considerada, o valor dos investimentos previstos e o cálculo de aumento de despesas com contratação de agentes comerciais feito pela Cielo no ano passado. Eles argumentam que esses fatores contribuíram para a redução do valor justo das ações.
Comparação com concorrentes
Os acionistas minoritários contestaram a avaliação da Cielo, criticando a ausência de comparação da empresa com as concorrentes Stone e PagBank, que possuem avaliação de mercado superior. Eles sugerem que, ao alinhar o múltiplo entre preço e lucro da Cielo com essas empresas, seria possível alcançar um preço justo de R$ 8,61 por ação, elevando o valor da Cielo para R$ 23,4 bilhões.
Reação do mercado e posição dos controladores
A proposta de OPA já provocou um aumento no valor de mercado da Cielo, que atualmente é avaliada em R$ 14,4 bilhões. Os controladores defendem o preço oferecido, argumentando que o prêmio é adequado quando considerada a média dos últimos 60 pregões. O conselho de administração da Cielo, predominantemente composto por membros ligados aos bancos controladores, avaliará os pedidos dos minoritários.
Perspectiva futura
A contestação dos acionistas minoritários sobre o valor da OPA sinaliza um possível desafio para os controladores Bradesco e Banco do Brasil em finalizar a transação nos termos atuais. A decisão do conselho de administração da Cielo sobre a solicitação de nova avaliação será crucial para determinar o desfecho da oferta e o futuro valor da empresa no mercado.