O CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, reconheceu que a Uber precisou reavaliar sua relação com os motoristas durante a pandemia. Segundo Khosrowshahi, antes da crise sanitária, a empresa tendia a subestimar o valor dos seus colaboradores diretos. No entanto, a pandemia evidenciou a necessidade de priorizar o bem-estar e as condições de trabalho dos motoristas para assegurar a continuidade dos serviços.
“Antes da Covid, eu diria, apenas sendo autocríticos, considerávamos nossos motoristas garantidos, até certo ponto”, disse ele. “Geralmente tínhamos excesso de oferta, éramos uma empresa muito mais focada no consumidor, e o cliente – o passageiro ou o consumidor – sempre tinha razão.”
O CEO da Uber admitiu, em uma palestra em Bengaluru, Índia, que a Uber teve uma queda nas corridas e receitas durante a pandemia.
De acordo com o mesmo, foi esse período que impulsionou a empresa a focar mais nos motoristas, melhorando o processo de admissão e atendendo às suas necessidades específicas. Khosrowshahi ressaltou que a empresa trabalhou para se tornar uma plataforma confiável, justa e atenta às vozes dos motoristas.
Além disso, ele enfatizou que a lealdade dos motoristas deve ser reconquistada diariamente, reconhecendo o papel crucial que desempenham na plataforma, que conta com 6,5 milhões de colaboradores.
“Começamos a comemorar os funcionários que vão lá entregar, os funcionários que dirigem”, disse o CEO na palestra. “É um motivo de orgulho para os funcionários agora.”, completou.
Reações e protestos
Apesar dos esforços da gestão, alguns motoristas continuam insatisfeitos com as condições atuais, relatando aumento da concorrência e redução dos ganhos. Protestos e greves, como um recente durante o Dia dos Namorados nos EUA, evidenciam a demanda por melhores taxas de pagamento e condições de trabalho mais justas. Iniciativas por tarifas mínimas em cidades como Nova York, Seattle e Califórnia surgem como resposta a essas reivindicações.
Perspectiva legal no Brasil
No Brasil, a relação de trabalho entre Uber e motoristas também está em debate. O Supremo Tribunal Federal deve julgar um recurso relacionado a essa questão, com potencial de afetar decisões futuras sobre o tema. A análise focará na repercussão geral do caso, determinando se o resultado influenciará outros processos similares.
