O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, não compareceu à reunião do Conselho de Administração da estatal realizada nesta sexta-feira (5). O encontro, geralmente participado pelo presidente, mesmo que de forma remota, é controlado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que lidera as críticas públicas à gestão de Prates na Petrobras.
A reunião, iniciada às 9h e prolongada ao longo do dia, abordou diversos temas, incluindo a distribuição de dividendos. Uma possível pauta foi o aval do acordo de distribuição de parte dos recursos, celebrado nesta semana pelos ministros Fernando Haddad e Alexandre Silveira, em Brasília.
Entretanto, a situação de Prates à frente da Petrobras está sob ameaça iminente. Fontes dentro do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmam que a demissão de Jean Paul Prates da presidência da estatal é dada como certa. A expectativa é de que o presidente se reúna com o CEO da estatal e comunique a decisão nos próximos dias.
Possível sucessor
Nos bastidores, já se especula sobre quem poderia suceder é Aloizio Mercadante, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que é um dos nomes cogitados. Embora Mercadante tenha negado inicialmente a sondagem, alegando que não seria adequado aceitar a vaga enquanto a cadeira continua ocupada, o presidente do banco já está se movimentando em direção ao cargo.
A situação do CEO da frente da estatal é considerada insustentável, com o presidente da Petrobras buscando uma reunião com Lula para discutir o cenário. Contudo, ainda não há uma data definida para este encontro. Jean Paul Prates expressa a insatisfação com a falta de apoio de Lula contra os ataques vindos de integrantes do governo, especialmente do ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia), e ameaça pedir demissão caso não tenha um respaldo maior do Planalto.
Aliados próximos a Prates afirmam que ele está no limite e buscam o apoio do presidente para intermediar sua situação. Porém, do lado do Planalto, esse apoio parece improvável, e especula-se que o atual presidente da Petrobras não deva permanecer na cadeira até o final do mandato de Lula, em dezembro de 2026.