O dólar à vista registrou nesta terça-feira (16) seu quinto dia consecutivo de alta, fechando a R$ 5,2686, o maior valor desde 23 de março de 2023, quando encerrou a R$ 5,2898. O contexto de tensões no Oriente Médio e a perspectiva de manutenção de juros altos nos Estados Unidos influenciaram essa valorização, que acumulou 5,23% em relação ao real em apenas cinco dias úteis.
Impacto Local e Ibovespa
Localmente, o impacto se refletiu no Ibovespa, que caiu 0,75% para 124.388,62 pontos, registrando sua menor cotação intradia desde novembro do ano passado. As preocupações com o equilíbrio fiscal brasileiro também pesaram, após o governo anunciar a redução da meta fiscal para 2025.
Dados Econômicos dos EUA
Dados divulgados na segunda-feira mostraram um aumento de 0,7% nas vendas no varejo dos EUA, superando as expectativas dos economistas. Esse resultado robusto diminui as chances de cortes de juros pelo Federal Reserve no curto prazo, o que fortalece ainda mais o dólar globalmente.
Posicionamento do Banco Central
Apesar da alta acentuada, o Banco Central do Brasil não realizou intervenções no câmbio, como leilões extras de swap cambial ou venda de dólares. Essa postura reflete a visão de que a alta do dólar é um movimento global, dificultando ações efetivas que contrariem essa tendência.
Reações no Mercado
O mercado financeiro vem se ajustando a uma reprecificação das expectativas sobre os cortes de juros nos EUA, o que impacta diretamente a curva de juros norte-americana e, consequentemente, a valorização do dólar. Profissionais do setor financeiro indicam que, dada a incerteza global, é difícil prever onde o dólar vai se estabilizar, mas cotações mais próximas de R$ 5 parecem improváveis no momento.
Declarações de Haddad
Em Washington, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou que a maior parte da alta do dólar é devida ao cenário externo. Segundo ele, as condições nos EUA explicam dois terços da situação do dólar no Brasil.
Impacto em Outras Moedas
A forte valorização do dólar não se limita apenas ao real brasileiro; a moeda norte-americana também registrou um pico de cinco meses em relação à libra e ao euro, reforçando as expectativas de uma possível intervenção de Tóquio diante da fraqueza do iene, que está no menor nível desde 1990.