O governo de Milão, na Itália, propôs uma nova lei que visa proibir a venda de comidas e bebidas para viagem após a meia-noite. A proposta, apresentada pelo legislativo da cidade, também proibirá a venda de alimentos e bebidas em áreas externas entre meia-noite e meia e 6h da manhã nos dias de semana, e entre 1h30 e 6h nos finais de semana.
A nova regulamentação será aplicada em 12 distritos, incluindo regiões populares como Brera, Ticinese e áreas badaladas como Darsena, Lazzaretto e Corso Como. A medida visa reduzir o barulho noturno causado por grupos de pessoas que consomem alimentos e bebidas nas ruas, incomodando os residentes locais.
O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, declarou que “um segmento da população está reclamando do ruído excessivo”. Sala ressaltou a importância de ouvir todos os cidadãos, inclusive aqueles que trabalham e desejam dormir tranquilamente.
A proibição, segundo Sala, busca equilibrar a paz e saúde dos moradores com a livre atividade econômica de comerciantes e empreendedores. Marco Granelli, vice-prefeito de segurança, reforça que a medida também visa evitar que o barulho noturno causado por clientes em busca de alimentos incomode os residentes locais.
Críticos argumentam que a proposta pode prejudicar a cultura italiana e a economia local. Lino Stoppani, presidente da Federação Italiana de Operadores Públicos e Turísticos, alerta que a medida “só trará prejuízos para os negócios”.
Ainda assim, a prefeitura planeja implementar a lei no próximo mês, durando até novembro, coincidindo com o fim da temporada turística italiana.
A iniciativa já foi tentada anteriormente, mas fracassou em 2013 sob o então prefeito Giuliano Pisapia. Na época, a medida gerou controvérsia e protestos, incluindo um movimento de “Ocupe Gelato”, que defendia a cultura de consumo de sorvete à noite. Dessa vez, cidadãos têm até o início de maio para sugerir alterações à proposta atual.
