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Empresas aéreas cobram apoio para uso de combustível sustentável

Empresas aéreas cobram apoio para uso de combustível sustentável
(Foto: Artturi Jalli/Unsplash).

O setor aéreo brasileiro se prepara para uma grande mudança no combustível das aeronaves. A partir de 2027, as companhias aéreas irão adotar o Sustainable Aviation Fuel (SAF), em uma mistura com o querosene de aviação, atualmente utilizado. Apesar da transição ecológica, o custo do SAF, que é até 5 vezes maior que o querosene tradicional, preocupa a indústria aérea, que pede apoio governamental para evitar prejuízos.

O Projeto de Lei do Combustível do Futuro, aprovado na Câmara dos Deputados, visa reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 1% até 2027 e em até 10% até 2037. A adoção do SAF é parte dessa estratégia, podendo ser produzido a partir de etanol, óleo de cozinha ou biomassa. No entanto, a produção nacional ainda é limitada. O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) prevê um aumento de 11,7% na produção de biocombustíveis até 2026. Mesmo assim, a transformação desses biocombustíveis em SAF ainda é um desafio.

A presidente da Abear, Jurema Monteiro, enfatiza a necessidade de um marco regulatório para atrair investimentos na produção de SAF e também para garantir que a transição ocorra de forma sustentável e financeiramente viável para as companhias aéreas. Ela acrescenta que, a curto prazo, as empresas estão substituindo aeronaves por modelos mais eficientes em termos de emissões de CO2.

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O Ministério de Minas e Energia afirma que a produção de SAF é, por enquanto, responsabilidade do setor privado, sem previsões imediatas de incentivos governamentais. No entanto, o ministro Alexandre Silveira aponta que a transição para o SAF amplia o mercado de combustíveis e gera empregos.

O alto custo do SAF é um obstáculo para o setor, como aponta Eduardo Calderon, diretor do Centro de Controle de Operações (CCO) da Gol Linhas Aéreas. Calderon ressalta a necessidade de programas de incentivo fiscal para facilitar a transição e menciona o exemplo dos Estados Unidos, onde políticas de apoio têm impulsionado o uso do SAF.

A gerente de Sustentabilidade da Latam Brasil, Lígia Sato, afirma a importância de evitar que a transição para o SAF leve a um aumento nos custos das passagens aéreas, o que tornaria o transporte aéreo inacessível para muitos. Ela alerta que a produção atual de SAF é suficiente para apenas 0,15% da demanda mundial e que seu custo é até 5 vezes maior do que o querosene convencional.

A Boeing e a Embraer têm realizado testes com misturas de combustíveis que se assemelham ao SAF, buscando garantir a estabilidade dos sistemas de motores e a resistência de materiais. Hoje, a ASTM, regulador de normas técnicas dos EUA, permite até 50% de SAF na mistura com o querosene de aviação, e a Boeing planeja produzir aviões certificados para 100% SAF até 2030.

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) ressalta a necessidade de apoio governamental para a produção de SAF, afirmando que atrasos e reduções nas refinarias têm limitado a produção, atualmente representando apenas 0,5% da demanda global de combustíveis de aviação. A associação propõe medidas fiscais para tornar o SAF competitivo sem prejudicar as companhias aéreas.

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