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Nestlé aumenta açúcar em produtos infantis em países pobres, inclusive Brasil

ONG critica nível de açúcar em alimentos para bebês

Nestlé aumenta açúcar em produtos infantis em países pobres, inclusive Brasil
(Foto: Divulgação/Nestlé).
Nestlé aumenta açúcar em produtos infantis em países pobres, inclusive Brasil
(Foto: Divulgação/Nestlé).

Produtos destinados a bebês e crianças da Nestlé, vendidos em países de média e baixa renda, contêm quantidades elevadas de açúcar adicionado. Esta é a conclusão de uma pesquisa realizada pela organização não governamental (ONG) suíça Public Eye, em colaboração com a Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar. O estudo analisou 150 produtos, incluindo as populares marcas Ninho e Mucilon.

Nos países europeus, como Alemanha, França e Reino Unido, onde a Nestlé tem sede, os mesmos produtos são comercializados sem adição de açúcares. A discrepância encontrada entre os mercados tem levantado preocupações sobre a consistência das práticas de saúde e nutrição da empresa.

A cientista da Organização Mundial da Saúde (OMS) Nigel Rollins expressou preocupação com essa diferença de padrões, classificando-a como um “duplo padrão”. Ele chamou atenção para a necessidade urgente de medidas para corrigir essa prática.

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No Brasil, o guia alimentar para crianças menores de dois anos desaconselha o consumo de açúcares livres, uma diretriz que vai ao encontro das recomendações da OMS. Cristiano Boccolini, coordenador do Observatório de Saúde na Infância da Fiocruz, apontou a incongruência entre as práticas da empresa e as orientações das autoridades de saúde.

Embora a adição de açúcar em alimentos infantis não viole a legislação em muitos países, incluindo o Brasil, especialistas como Daniel Magnoni, presidente do Instituto de Metabolismo e Nutrição, defendem a necessidade de atualização das leis e redução de açúcares nos alimentos para crianças.

Identificar açúcar adicionado nas embalagens de produtos infantis representa um desafio para os consumidores, principalmente devido às regras anteriores da Anvisa que não exigiam detalhamento sobre açúcares adicionados. No entanto, com as novas normas de rotulagem implementadas desde 2022 no Brasil, essa informação tornou-se obrigatória, promovendo maior transparência.

Ana Paula Bortoletto, pesquisadora da Universidade de São Paulo, ressaltou a importância da informação adequada nas embalagens para que os consumidores possam fazer escolhas conscientes. Ela também comentou sobre as práticas de marketing que podem afetar negativamente o aleitamento materno.

Sobre o caso, em nota à imprensa, a Nestlé afirmou que aplica consistentemente os princípios de nutrição, saúde e bem-estar em todos os mercados onde opera, mas reconheceu que as variações nas receitas podem ser influenciadas por fatores como regulamentos locais e disponibilidade de ingredientes.

A discussão sobre a adição de açúcares em produtos lácteos compostos, permitida no Brasil, também foi destacada por Cristiano Boccolini. Ele enfatizou a necessidade de rotulagem clara para diferenciar esses produtos de outros derivados lácteos que não contêm açúcares adicionados, visando melhorar a qualidade nutricional dos alimentos disponíveis no mercado.

M Dias Brancoconteúdo patrocinado