As empresas chinesas de e-commerce Shein e Shopee alcançaram um faturamento expressivo no Brasil em 2023, somando mais de R$ 35 bilhões, segundo dados do BTG Pactual. Shopee liderou com um faturamento próximo de R$ 20 bilhões, destacando-se com uma forte presença no mercado nacional. Esse desempenho veio como resultado de estratégias bem adaptadas ao contexto local, incluindo a implementação de lojas temporárias e ações de marketing focadas no público brasileiro.
Por outro lado, a Shein também teve um desempenho notável, com um faturamento de R$ 15 bilhões, valor que representa mais que o dobro da receita combinada de grandes nomes do varejo brasileiro como C&A, Renner, Arezzo e Hering.
Os analistas do BTG Pactual, Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima, indicaram em seu relatório que a adoção dessas táticas locais é um fator essencial para a continuidade do sucesso das empresas no Brasil. Eles citam que “Como Shopee e Shein adotaram um gosto local, testando lojas pop-up e estratégias de marketing locais, além de atrair vendedores locais, o ímpeto delas deve persistir.”
O presidente da Arezzo&Co, Alexandre Birman, em recente evento em São Paulo, comentou sobre a influência das estratégias de negócio dessas varejistas asiáticas. Ele mencionou a importância de operar sem estoque e a forte presença nas mídias digitais como diferenciais que sua empresa busca emular. “Hoje é um mantra da nossa empresa: não sei se deram um nome para isso, mas a gente tem um projeto que é o projeto Shein. Não tem jeito. A gente tem de fazer esse modelo”, afirmou Birman.
Enquanto Shein e Shopee avançam, outras grandes varejistas do Brasil, como Magazine Luiza e Grupo Casas Bahia, também mostraram números robustos em 2023. Magazine Luiza registrou um GMV de R$ 45,6 bilhões e Grupo Casas Bahia, R$ 42,7 bilhões.
Para o futuro próximo, BTG Pactual projeta um cenário de crescimento contínuo para o ecommerce no Brasil. Estima-se que o faturamento do setor crescerá em média 16% ao ano até 2027, alcançando R$ 465 bilhões.
No entanto, após a expansão acelerada durante a pandemia, com crescimento de 29% em 2021, o mercado de e-commerce no Brasil desacelerou, avançando apenas 3% em 2022 e 2% em 2023. O banco destaca a importância das estratégias racionais adotadas pelas empresas nacionais, que agora priorizam um crescimento sustentável, apoiado por um investimento em logística e plataformas de pagamento que foram reforçadas durante a pandemia.