Nos próximos três anos, a bolsa de valores B3, localizada em São Paulo, realizará diversos leilões destinados à venda de petróleo e gás natural da União. Esses leilões fazem parte dos contratos de partilha de produção e envolvem também a Jazida Unitizada de Tupi. A Pré-Sal Petróleo (PPSA), uma empresa pública ligada ao Ministério de Minas e Energia (MME), contratou a B3 para esta função. A PPSA é responsável desde novembro de 2013 pela gestão dos Contratos de Partilha de Produção, pela representação da União nos Acordos de Individualização da Produção e pela comercialização dos referidos recursos naturais.
Atualmente, a PPSA em conjunto com o MME trabalha na elaboração de um calendário detalhado que oferecerá maior clareza ao mercado sobre os futuros leilões. Os primeiros eventos estão agendados para julho de 2024 e abril de 2025, com outros planejados para iniciar no último trimestre de 2025. Além disso, a possibilidade de um leilão exclusivo de gás natural está em análise, ainda sem data definida.
Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, os leilões são essenciais para garantir recursos para investimentos em áreas vitais como saúde, educação e transição energética, por meio do Fundo Social.
Tabita Loureiro, diretora Técnica e presidente interina da PPSA, anunciou que no leilão de julho de 2024 serão oferecidas as cargas de petróleo dos campos de Mero e Búzios previstas para 2025. Os contratos atuais vencem em dezembro de 2023 e o edital com todas as informações necessárias será divulgado em maio, com o leilão marcado para o dia 31 de julho. Loureiro, que se encontra em Houston, Texas, para participar da Offshore Technology Conference (OTC), compartilhou que a União está ajustando os volumes de óleo a serem disponibilizados em cada leilão, destacando a importância de prever esses volumes para atrair mais compradores e fomentar a competitividade.
Por outro lado, o diretor de Administração, Finanças e Comercialização da PPSA, Samir Awad, enfatizou a necessidade das empresas interessadas em planejar a logística de transporte marítimo, dada a expectativa de aumento na produção da União, que pode chegar a mais de 500 mil barris por dia até 2029.
As estimativas indicam que a produção de petróleo e gás natural da União aumentará consideravelmente nos próximos anos. A produção de petróleo deve saltar dos atuais 50 mil barris por dia para 103 mil em 2025, alcançando 564 mil barris por dia em 2029. Da mesma forma, a produção de gás natural deve subir para 1,7 milhão de metros cúbicos em 2027, chegando a 3,5 milhões de metros cúbicos em 2029.
Três leilões de petróleo já foram realizados pela PPSA na B3, com o último acontecendo em novembro de 2021. Nesse leilão, foram negociadas produções de longo prazo da União provenientes de Mero, Búzios, Sapinhoá e Tupi, com contratos de três e cinco anos. Desde então, a produção de petróleo em Sépia e Atapu também passou a ser comercializada diretamente ao mercado, conforme informado pela assessoria de imprensa da PPSA.