Engie Brasil (EGIE3) reportou um lucro líquido surpreendente de R$ 1,6 bilhão no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 90,9% em relação ao período anterior. Esse resultado excepcional superou as expectativas de analistas que projetavam um lucro de R$ 1,1 bilhão.
Entenda os fatores do lucro da Engie Brasil no 1T24
O aumento no lucro foi impulsionado por diversos fatores, destacando-se a alienação de participação societária em uma controlada em conjunto, que gerou um retorno de R$ 891 milhões. Apesar de uma queda de R$ 249 milhões no Ebitda ajustado e um aumento de R$ 17 milhões em impostos, o resultado financeiro líquido positivo de R$ 195 milhões também contribuiu significativamente para os números finais.
Impacto dos desinvestimentos
A Engie também enfrentou desafios, incluindo a venda da Usina Termelétrica Pampa Sul em maio de 2023 e a alienação parcial de sua participação na Transportadora Associada de Gás (TAG) em janeiro de 2024. Esses movimentos resultaram em um lucro líquido ajustado de R$ 793 milhões, uma queda de 10,1% em relação ao ano anterior.
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Performance operacional e receita
A receita operacional líquida da empresa no trimestre foi de R$ 2,6 bilhões, marcando uma redução de 10,4% comparada ao mesmo período do ano passado. O Ebitda ajustado foi de R$ 1,81 bilhão, ainda acima das projeções de R$ 1,71 bilhão da Bloomberg, apesar de uma queda de 12% em relação ao ano anterior.
Estratégia de expansão e investimentos
Olhando para o futuro, a Engie está focada na expansão de sua capacidade de geração renovável. O Parque Eólico de Santo Agostinho, no Rio Grande do Norte, está quase totalmente operacional, enquanto o complexo eólico Serra do Assuruá, na Bahia, avançou 44,6% em suas obras.
A empresa planeja desembolsar ainda R$ 7,2 bilhões em novos projetos (greenfield) e R$ 3,2 bilhões na aquisição de cinco parques solares da Atlas em 2024. Além disso, a Engie confirmou participação no leilão de reserva de capacidade e no leilão de transmissão previstos para acontecer ainda este ano.
Visão do executivo e crítica ao modelo de subsídios
Apesar do lucro da Engie Brasil no 1T24, Eduardo Sattamini, CEO da empresa, critica o atual modelo de subsídios para energias renováveis, argumentando que este cria distorções no sistema de geração distribuída e propõe mudanças para garantir uma competição mais justa entre as tecnologias no mercado energético. “A geração distribuída gera um problema grande porque o pobre paga pelo rico”, problematiza Sattamini. “Um governo que se diz ‘socialista’ e não age contra isso é um absurdo”.