A IBM Brasil, sob liderança de Marcelo Braga, está incentivando um debate mais maduro sobre o papel da inteligência artificial (IA) no mundo dos negócios. Com os avanços tecnológicos acelerando, a empresa observa uma evolução na discussão sobre como integrar a IA de forma ética e eficiente.
Cibersegurança e IA
Marcelo Braga destacou o aumento na sofisticação dos ciberataques, impulsionado pelo uso de IA pelos golpistas. Os ataques estão se tornando mais silenciosos e direcionados, com técnicas de engenharia social evoluídas que deixam de lado as invasões diretas para contaminar redes inteiras.
“Um ataque de ransomware, que criptografa as informações das empresas e pede um resgate para descriptografar, começa com o clique de um usuário desatento e, depois, é associado a uma ação de ransomware, que é a criptografia”, detalha o empresário.
Nessa linha, Braga mencionou que os métodos de defesa também precisam evoluir. “Temos visto um aumento na sofisticação e um maior número de golpes, o que exige linhas de defesa mais avançadas”, disse. Ele ressaltou a importância de ferramentas de IA na construção de estratégias de defesa contra fraudes e ataques cibernéticos.
Uso maduro: o papel da IA nas empresas
Com relação ao uso da IA nas empresas, Braga apontou que a tecnologia está se tornando um pilar essencial, não só em cibersegurança, mas em diversas áreas de atuação. “A IA generativa está sendo ativamente implementada e explorada, mostrando uma aceitação crescente em toda a América Latina”, comentou durante uma entrevista para a Forbes Brasil.
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Crescimento da IA no Brasil
De acordo com Braga, o Brasil está vivendo um forte crescimento no uso da IA. O executivo revelou que as conversas com líderes empresariais estão cada vez mais focadas em como escalar o uso da IA para além de projetos piloto, buscando ganhos de produtividade e vantagens competitivas.
Futuro da IA e governança
A necessidade de uma regulamentação que acompanhe o avanço da IA foi um ponto crucial abordado pelo empresário. Ele defende um modelo de governança e privacidade de dados que permita a inovação sem comprometer a segurança ou a ética. “O potencial revolucionário da IA é muito maior do que os possíveis danos”, afirmou Braga, enfatizando a importância de discussões claras sobre regulamentação.
Nesse sentido, a crescente preocupação sobre um uso maduro de IA na democracia está se tornando cada vez mais relevante. Especialistas destacam a necessidade de abordar esse desafio com uma perspectiva do Sul global, desenvolvendo leis que protejam a democracia em cada nação.
Eduardo Magrani, advogado da CCA Law Firm, recorda a liderança do Brasil na governança da internet, evidenciada pela criação do Marco Civil da Internet em 2014. Por outro lado, Carine Gomes Roos, CEO da consultoria Newa, alerta sobre a vulnerabilidade nas próximas eleições: “Essas serão as eleições em que mais estaremos desprotegidos. A IA avança muito rápido, mas a regulação não está no mesmo ritmo”.