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Preços da indústria crescem 0,74% em abril, terceira alta

IPP acumula alta de 0,99% no ano e queda em 12 meses

Indústria
A alta de 0,79% no setor de refino de petróleo e biocombustíveis foi influenciada pelo aumento do biodiesel (Imagem: Camila Domingues/Palácio Piratini)
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A alta de 0,79% no setor de refino de petróleo e biocombustíveis foi influenciada pelo aumento do biodiesel (Imagem: Camila Domingues/Palácio Piratini)

Os preços da indústria nacional registraram um crescimento de 0,74% em abril em comparação com março, marcando o terceiro aumento consecutivo do Índice de Preços ao Produtor (IPP), conforme dados divulgados hoje (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado do ano, o IPP apresentou alta de 0,99%, enquanto nos últimos 12 meses, a queda foi de 3,08%. Em abril do ano passado, a variação foi de -0,35%.

Em abril, 20 das 24 atividades industriais pesquisadas apresentaram aumento nos preços. Os setores de papel e celulose lideraram com uma variação de 3,99%, seguidos por fumo (2,49%) e farmacêutica (2,10%). Por outro lado, o setor de indústrias extrativas registrou uma queda de 3,58%.

Os setores de alimentos, papel e celulose, e refino de petróleo e biocombustíveis foram os principais influenciadores do resultado geral de 0,74%. O setor de alimentos, por exemplo, contribuiu com 0,19 ponto percentual (p.p.), enquanto papel e celulose adicionaram 0,12 p.p. e o refino de petróleo e biocombustíveis, 0,08 p.p. As indústrias extrativas, com uma influência negativa de -0,19 p.p., também tiveram impacto.

Setor de alimentos

Após três meses consecutivos de quedas, o setor de alimentos registrou um aumento de 0,80% em abril, impulsionado pelos derivados de soja como margarina e óleo bruto. No acumulado do ano, o setor de alimentos apresentou uma redução menor em abril (-1,41%) comparada ao mês anterior (-2,19%).

O setor de papel e celulose não só teve a maior alta entre as atividades pesquisadas em abril, com 3,99%, mas também acumulou o maior aumento no ano, com 7,55%. A alta na cotação da celulose, impulsionada pela demanda de recomposição de estoques e pelos custos logísticos elevados, provocou esse aumento.

O setor de refino de petróleo e biocombustíveis também registrou alta de 0,79% em abril, ou seja, terceiro aumento consecutivo. A produção de etanol, direcionada para o açúcar, e o aumento no preço do óleo de soja, essencial para a produção de biodiesel, influenciaram a alta.

As indústrias extrativas tiveram uma queda de 3,58% em abril, o segundo mês consecutivo de retração. A redução nos preços do minério de ferro, alinhada à tendência do mercado internacional, causou essa queda, enquanto os preços dos óleos brutos de petróleo subiram.

Impacto das commodities

Felipe Câmara, analista da pesquisa, explicou que o comportamento das cadeias de soja e cana-de-açúcar teve um papel importante nos resultados de abril. A menor produtividade da safra de soja e a alta demanda de exportação reduziram a disponibilidade doméstica, pressionando os preços.

Os bens de consumo apresentaram um aumento de 0,89%. Então, foram influenciados pela margarina e pelo óleo bruto. O etanol e os medicamentos também contribuíram para a alta nos bens de consumo final e intermediários, que subiram 0,59%.

O IPP mede a variação média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços, sinalizando tendências inflacionárias de curto prazo no país. A pesquisa abrange preços de mais de 2.100 empresas, com cerca de 6 mil preços coletados mensalmente. A próxima divulgação do IPP será em 27 de junho.

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