O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, enfrenta um dos piores desempenhos entre as Bolsas de valores mundiais em 2024. Com uma queda de 20,3% em dólares, o índice está atrás de outras Bolsas de países emergentes e desenvolvidos. Fatores internos e externos explicam essa retração, desde a política monetária nos Estados Unidos até questões políticas e fiscais no Brasil.
Os juros altos nos Estados Unidos são uma das principais causas da fuga de investimentos da Bolsa brasileira. A política monetária restritiva do Federal Reserve, com expectativas de poucos cortes de juros em 2024, mantém os investidores focados na renda fixa americana, considerada de baixo risco. Portanto, isso reduz a compra de ativos de risco, como o Ibovespa.
Além dos fatores externos, o cenário interno brasileiro também pesa negativamente. Problemas políticos e fiscais aumentam a percepção de risco, afastando investidores. A incerteza sobre as metas fiscais do governo e gastos acima do esperado contribuem para a aversão ao risco. Mudanças frequentes nas políticas econômicas e declarações controversas de membros do governo geram insegurança jurídica, impactando negativamente o mercado de ações.
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Impacto da economia Chinesa
Outro fator relevante é o desempenho fraco da economia chinesa. Como maior consumidor mundial de commodities, a desaceleração da China afeta diretamente o Brasil, grande exportador desses produtos. Sendo assim, a queda nos preços de commodities, como o minério de ferro, impacta as empresas brasileiras listadas na Bolsa.
De acordo com levantamento da XP, o desempenho do Ibovespa é comparativamente pior que o de várias Bolsas ao redor do mundo. Enquanto a Bolsa de Taiwan registra um crescimento de 25,6% e a Argentina de 25,2%, o Ibovespa recua 20,3%, destacando-se negativamente entre os índices globais.
# | País/Região | Performance (%) |
---|---|---|
1 | Taiwan | 25.6 |
2 | Argentina | 25.2 |
3 | S&P 500 | 15.5 |
4 | Peru | 15.5 |
5 | Índia | 15.0 |
6 | Mercados Desenvolvidos | 11.9 |
7 | China | 7.3 |
8 | Europa | 6.3 |
9 | Mercados emergentes | 6.3 |
10 | Colômbia | 5.4 |
11 | Japão | 3.8 |
12 | África do Sul | 0.3 |
13 | Coreia | -2.6 |
14 | Chile | -2.9 |
15 | América Latina | -17.0 |
16 | México | -17.5 |
17 | Ibovespa | -20.3 |
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Saída de investidores
A saída de investidores, tanto estrangeiros quanto institucionais brasileiros, é outro fator que contribui para a queda do Ibovespa. Até o início de junho, R$ 34,6 bilhões já tinham sido retirados da Bolsa brasileira, devido à busca por investimentos mais seguros e rentáveis, como a renda fixa local e estrangeira.
O desempenho negativo do Ibovespa em 2024 é resultado de uma combinação de fatores externos, como os juros altos nos Estados Unidos e a desaceleração econômica da China, e internos, incluindo incertezas políticas e fiscais no Brasil. Contudo, para reverter esse cenário, será necessário um ambiente econômico mais estável e previsível.
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